Conforme os cientistas ingleses, há efeitos na própria percepção e satisfação corporal de acordo com o peso das pessoas que são expostas na mídia, especialmente em relação às mulheres. Isso significa que, quanto mais as revistas, sites e redes sociais insistem em exibir corpos magérrimos como padrão de beleza, maior é o número de pessoas que desenvolvem transtornos alimentares.
Para chegar a essa conclusão, a pesquisa analisou 90 mulheres entre 18 e 25 anos com IMC (Índice de Massa Corporal) normal, que foram divididas aleatoriamente em três grupos para completar, em 15 minutos, uma tarefa usando fotografias de mulheres com "peso normal" (IMC de 22 ou 23), ou alteradas para aparentar estar abaixo ou acima do peso.
O estudo descobriu que as participantes expostas a imagens com peso excessivo ou normal, perceberam os corpos das outras menores em comparação com aquelas mostrados abaixo do peso. Elas também perceberam seus próprios corpos menores e se sentiram mais satisfeitas com a própria aparência.
De acordo com cirurgião plástico Victor Cutait, o resultado do estudo pode ser compreendido como a relação entre corpo e autoestima. "A partir do momento em que as mulheres passam a ter uma beleza real como referência, o nível de cobrança consigo mesmas diminui. Elas percebem que não precisam ser magérrimas com corpos esculturais e que é permitido serem simples mortais, por isso se sentem mais felizes com seus corpos, exatamente como devem ser", comenta o especialista.
O Brasil é o segundo país no mundo que mais realiza procedimentos estéticos, perdendo apenas para os Estados Unidos. Na opinião do médico, caso a mídia como um todo passasse a utilizar imagens de "mulheres reais", as cirurgias plásticas desnecessárias também diminuiriam drasticamente.
"A beleza não é um padrão, as pessoas precisam respeitar o seu próprio padrão, a genética. Não adianta querer ser o que não é, pois nenhum cirurgião plástico conseguirá fazer isso.