
Para sanar algumas dúvidas sobre suplemento de ômega-3, que vem sendo cada vez mais consumido no Brasil, conversamos com a nutricionista Anna Lacerda, do Núcleo Médico Científico do Aché Laboratórios Farmacêuticos:
Existe mais de um tipo de ômega-3
Verdade. Segundo a especialista, os principais representantes do ômega-3 são: o ácido docosahexaenoico (DHA), o ácido eicosapentaenoico (EPA) e o ácido alfa-linolênico (ALA).
Todos os peixes são ricos em ômega-3
Mito. "A concentração de ômega-3 varia de acordo com a temperatura da água onde os peixes marinhos habitam. Aqueles que vivem em ambientes frios tendem a acumular mais gorduras monoinsaturadas e poli-insaturadas, principalmente ômega-3, como arenque, sardinha, salmão e atum", esclarece a nutricionista.
O organismo humano não consegue produzir essa gordura benéfica
Verdade. Anna explica que são necessários determinados processos biológicos para produção dos ácidos graxos. Portanto, os seres humanos devem adquiri-los por meio da dieta, uma vez que não somos capazes de produzi-los. "Aliás, eles são denominados essenciais justamente por isso".
O ômega-3 ajuda apenas o coração
Mito. "O principal benefício desse ácido graxo está relacionado ao coração, atuando na redução de triglicerídeos. Porém, por conter EPA e DHA, ele também está associado à melhora da sensibilidade à insulina, reduzindo o risco de diabetes tipo 2". Além disso, conforme a nutricionista, o ômega-3 ajuda no tratamento da depressão, aumentando a produção de serotonina, dopamina e noradrenalina; e ameniza os sintomas da artrite reumatoide, bloqueando as enzimas responsáveis pela inflamação.
Gestantes precisam incluir o ômega-3 na dieta
Verdade. Além de contribuir para a redução do risco de nascimento de crianças prematuras e abaixo do peso, o ácido graxo participa na formação de neurônios, no crescimento e desenvolvimento do cérebro e no fortalecimento da retina dos bebês, esclarece Anna Lacerda. "Isso ocorre graças ao DHA, um dos tipos de ômega-3".
Alimentação supre as necessidades desse óleo benéfico
Mito. "O consumo de peixes pela população brasileira é baixo, atingindo em média, cerca de nove quilos por habitante, anualmente, sendo que a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura [FAO] e a Organização Mundial da Saúde [OMS] recomendam 12 kg/habitante/ano", afirma a especialista. Ela lembra ainda que nem todos os peixes contêm as mesmas quantidades de ômega-3. "De acordo com um estudo publicado pelos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, os peixes brasileiros e o salmão de cativeiro apresentam baixos teores dessa gordura". Profissionais da saúde recomendam o consumo de até um grama de ômega-3 por dia.