Segundo o Projeto de Lei do Senado (PLS) 186, de 2018, do senador Reguffe (sem partido-DF), as companhias aéreas podem ser proibidas de cobrar taxa adicional para o passageiro marcar o assento nos voos operados no Brasil. A proposta foi aprovada pelo plenário da casa na quarta, dia 8 de agosto. Agora, ela agora para a análise da Câmara dos Deputados.
O texto de Reguffe foi aprovado sem alterações. De acordo com o PLS, o passageiro tem direito à marcação gratuita, caracterizando como "prática abusiva ao direito do consumidor" a cobrança pela escolha prévia do lugar. A companhia aérea infratora fica sujeita ao pagamento de multa.
"Quando compra uma passagem, o consumidor tem que ter o direito à marcação de assento. A empresa não pode querer cobrar, já que, na medida em que compra a passagem, o consumidor tem que viajar em algum lugar. Isso é uma forma indireta de a empresa querer aumentar ainda mais os custos para o consumidor. Sempre foi assim, e agora as empresas aéreas estão querendo inventar a roda", diz o autor da proposta.
O texto teve como relator no plenário o senador Jorge Viana (PT-AC). Ele criticou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), responsável pela regulação do setor, que não teria impedido a cobrança para a marcação de assentos. "É inaceitável esse tipo de situação, e a Anac não faz nada. Parece que virou a Agência Nacional das Companhias Aéreas. Tínhamos 120 milhões de passageiros por ano. Agora estamos perto de 80 milhões de pessoas, por conta dos preços abusivos e dessas medidas absurdas de cobrar assento, separando as famílias na hora de pegar um voo. Isso é um escândalo", reclama Viana.
O senador Magno Malta (PR-ES) também criticou os diretores da Anac. Ele defendeu uma mudança na legislação em vigor, para permitir a substituição de integrantes das agências reguladoras antes do fim dos mandatos. "Nós temos as tarifas mais altas do mundo, e agora o cara tem que pagar pelo assento? É um acinte, uma irresponsabilidade criminosa contra o consumidor brasileiro. Que as agências reguladoras tenham seus membros alterados. Vamos acabar como essa história de eternização de mandatos", diz o parlamentar capixaba.
Por sua vez, o senador Humberto Costa (PT-PE) disse que a aprovação do PLS 186/2018 pelo Senado "não é a garantia de nada". Ele lembra que, em 2016, o Senado aprovou um projeto que proíbe a cobrança por bagagens despachadas. Mas a matéria ainda não foi pautada para votação pelo presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).
"Nós aprovamos um projeto de resolução que impedia a cobrança de bagagens, mas o presidente da Câmara até hoje não colocou para votar. Ou o Senado se manifesta contra aquele preposto de empresa aérea, ou então isso vai permanecer como está", diz Costa.
(com Agência Senado)
BRASIL
Cobrança para marcação de assento no avião poderá ter fim
Projeto que acaba com a taxa extra foi aprovado no Senado
Compartilhe no Facebook
Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor.
As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação