Estado de Minas MERCADO

Colar de âmbar ajuda as crianças?

Entenda a verdade sobre o suposto efeito analgésico do acessório


postado em 27/08/2018 14:50 / atualizado em 27/08/2018 15:01

Muitos pais estão colocando colar de âmbar nas crianças para supostamente evitar as dores causadas pelos dentinhos que estão nascendo(foto: Mercado Livre/Reprodução)
Muitos pais estão colocando colar de âmbar nas crianças para supostamente evitar as dores causadas pelos dentinhos que estão nascendo (foto: Mercado Livre/Reprodução)
Já ouviu falar na "moda" de usar colar de âmbar como "analgésico" natural para, supostamente, reduzir o incômodo provocado pelo nascimento dos primeiros dentes nos bebês? De acordo com o boato que ganhou força nos últimos anos, o contato da "pedra" (seiva petrificada de árvore) com o corpo da criança são liberados óleos que, ao serem absorvidos pela corrente sanguínea, ajudariam a diminuir o mal-estar da dentição em formação.

O problema é que isso não passa de crendice popular, ou mais uma "fake news" (notícia falsa). Não existem estudos científicos que comprovem a eficácia dos colares de âmbar. Além disso, em alerta emitido em 2007, o Sistema de Alerta Rápido (Rapid Alert System ou RAPEX, na sigla em inglês) da Comissão Europeia, pede aos pais que não utilizem o acessório em bebês por apresentar risco de asfixia. O colar pode arrebentar e as crianças podem colocar as pedras na boca, causando engasgamento. De acordo o RAPEX, se o produto não segue as mesmas regras de segurança dos brinquedos, deve ser retirado do mercado.

Recentemente, na Alemanha, a Comissão Europeia exigiu que os colares de âmbar da marca Gallmayer fossem retirados do mercado, por não estarem de acordo com as regras de segurança e acarretarem risco de asfixia e até de estrangulamento.

De acordo com a organização portuguesa Deco Pró-Teste, de defesa do consumidor, estudos realizados por duas agências governamentais ligadas à segurança do consumidor, uma australiana (Australian Competition & Consumer Comission) e outra irlandesa (National Consumer Agency), mostraram que o colar de âmbar pode facilmente se arrebentar. Se isso acontecer, os bebês correm o risco de engolir ou inalar as pedrinhas soltas e até enfiá-las no nariz. Isso implica no risco elevado de asfixia, em especial para menores de 3 anos, segundo relato das duas agências. Há também o perigo de o colar estrangular a criança, enquanto ela dorme.

Quem também já emitiu alerta sobre o perigo desse acessório, conforme a Deco, foi a Children Safety Europe, instituição de proteção das crianças. Para ela, esse tipo de colar é considerado um brinquedo. Como tal, devem obedecer as regras de segurança e ter a chancela da Comissão Europeia – no Brasil teria de ser aprovado pelo Inmetro. De qualquer forma, a Children Safety Europe Esta não recomenda o uso de colaresde âmbar por crianças menores de 2 anos.

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