De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a ingestão de álcool per capita no Brasil chegou a 8,9 l em 2016, superando a média global, que é de 6,4 l por pessoa. O problema é que nem todos sabem que essa "droga lícita" pode ter consequências muito piores do que a ressaca. Isto ficou comprovado por um estudo feito na Universidade de Washington, em Seattle, nos Estados Unidos e publicado pela revista científica The Lancet. De acordo com a pesquisa, o consumo de álcool causou a morte de três milhões de pessoas em todo o mundo em 2016.
A substância foi responsável por 12% das mortes de homens com idades entre 15 e 49 anos. Os pesquisadores afirmam que não existe um nível seguro de consumo. "Os riscos à saúde associados ao álcool são enormes", comenta a pesquisadora Emmanuela Gakidou, principal autora do estudo, em entrevista para a agência espanhola de notícias EFE. "Nossas descobertas são consistentes com outro estudo recente que encontrou correlações claras e convincentes entre a bebida e as mortes prematuras, o câncer e os problemas cardiovasculares", completa a cientista.
Ainda que não tenha diferenciado o tipo de bebida alcóolica, o levantamento aponta que dois bilhões de pessoas ingerem álcool de forma recorrente. Do total de "bebuns", 63% são do público masculino.
Doenças
O estudo publicado na Lancet aponta ainda que consumo de álcool está associado a 23 problemas de saúde, incluindo doenças cardiovasculares, vários tipos de câncer, cirrose, diabetes, epilepsia, pancreatite, infeções respiratórias e tuberculose. Além disso, a pesquisa ainda inclui lesões provocadas pelo consumo da substância, geradas por incidentes ligados à violência decorrente da alteração do humor ou a acidentes de trânsito causados por motoristas embriagados.
"Agora entendemos que o álcool é uma das maiores causas de morte do mundo", afirma Richard Horton, editor da Lancet, à Agência EFE.
A pesquisa da Universidade de Washington analisou 694 fontes de dados de consumo de álcool de diferentes regiões do mundo, assim como 592 estudos de projeções e perspectivas sobre o risco das bebidas.
"Com a maior base de evidências compilada até o momento, nosso estudo mostra claramente que o consumo de bebidas alcoólicas causa perdas substanciais da saúde em todo o mundo", diz Max Griswold, principal autor do estudo.
(com Agência EFE)
INTERNACIONAL
Consumo de álcool causou três milhões de vítimas no mundo em 2016
Dado faz parte de um estudo realizado nos Estados Unidos
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