Ao procurar por planetas habitáveis ou pela vida extraterrestre, os cientistas buscam bioassinaturas de dióxido de carbono atmosférico. Na Terra, esse composto aumenta o calor da superfície por meio do efeito estufa. O carbono também volta ao subsolo, onde é estocado, e retorna à atmosfera por meio de processos naturais, como o vulcanismo.
"O vulcanismo libera gases para a atmosfera e, depois, por meio do intemperismo, o CO2 é retirado da atmosfera e sequestrado em rochas superficiais e sedimentos", explica Bradford Foley, professor de Geociências e um dos autores do trabalho, no artigo recém publicado. "O equilíbrio entre esses dois processos mantém o gás em um determinado nível na atmosfera, o que é realmente importante para saber se o clima permanece temperado e adequado à vida", completa.
A maioria dos vulcões da Terra se encontra na fronteira das placas tectônicas, razão pela qual os cientistas acreditavam que elas eram necessárias para a vida. Ao lado do também professor Andrew Smye, Bradford Foley criou um modelo computacional do ciclo de vida de um planeta imaginário e observou a quantidade de calor que o ambiente local poderia reter e quais elementos seriam gerados por essa ação.
Depois de executar centenas de simulações, a conclusão dos centistas é que planetas sem placas tectônicas podem manter condições de água líquida por bilhões de anos. No "pior" cenário dos modelos computacionais, eles poderiam sustentar a vida por até quatro bilhões de anos, aproximadamente a idade da Terra.