Os dados sobre a falta de atividade física da população brasileira são alarmantes. Na última pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013, aproximadamente metade das pessoas sequer atingiu a recomendação mínima preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a prática semanal, ou seja, 150 minutos de atividade moderada ou 75 minutos em ritmo mais intenso. As mulheres estão em desvantagem em relação aos homens. Público feminino se exercita menos (51% não fazem atividades), enquanto entre os homens, a taxa é de 43%.
De acordo com o pesquisador Leandro Fórnias Machado de Rezende, um dos autores do estudo, a pesquisa utilizou dados da prática de atividade física no Brasil, dados sobre risco de câncer associados à falta de atividade física de uma extensa revisão de literatura, além de dados sobre a incidência de câncer publicados pelo Inca e pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer. A partir dessa análise, foram feitas diferentes estimativas de prevenção de câncer por meio da atividade física.
Dados do Inca mostram que o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, respondendo por cerca de 28% dos casos novos todos os anos. Em 2018, há uma estimativa de aproximadamente 60 mil novos registros da doença. Já no caso do câncer colorretal, tumores que acometem parte do intestino grosso (cólon) e o reto, a previsão é de 36 mil novos casos este ano.
Os cientistas da USP orientam que a prática regular da atividade física influencia no controle de peso e no nível de gordura, além de atuar diretamente sobre hormônios e marcadores inflamatórios.
Os autores acreditam ainda que os números apresentados na pesquisa possivelmente estejam subestimados, já que há estudos recentes sugerindo uma possível relação de atividade física com a redução do risco de até 13 tipos de câncer.
(com Jornal da USP).