A descoberta é fundamentada em eventos que aconteceram em 2015. Na época, a bióloga Carolyn Elya deixou uma melancia na varanda de seu apartamento. Quando retornou depois de determinado tempo, ela reparou que havia moscas voando em torno da fruta, que estava começando a entrar em processo de putrefação. A cientista supôs que os insetos poderiam estar infectados por algum tipo de micro-organismo capaz de manipular o comportamento deles. Com isso, Carolyn os levou para o laboratório com o propósito de estudá-los minuciosamente.
A cientista trabalhou com o professor assistente Michael Eisen e descobriu que, ao infectar a mosca Drosophila, o fungo se mantém na hemolinfa por causa dos nutrientes, depois começa a devorar a gordura corporal e o estoque energético. Além disso, a bióloga concluiu que os fungos penetram no sistema nervoso das moscas nos estágios iniciais da infecção. Esse conhecimento pode ser fundamental para entender o modo como os fungos alteram o comportamento dos insetos.
"Existem vários exemplos de micro-organismos, como bactérias, fungos e protozoários, que manipulam o comportamento dos animais, mas ainda não compreendemos como esses organismos 'atacam' o sistema nervoso de suas vítimas", explica a autora da pesquisa no artigo recém publicado.
Agora que a Drosophila foi estudada em detalhes, Carolyn Elya pode ter uma melhor compreensão do funcionamento da "manipulação".
Vale lembrar que o Entomophthora muscae foi descoberto há 160 anos e é conhecido como "destruidor de insetos".
(com Agência Brasil).