Dados recentes da Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o índice de desemprego entre os jovens – na faixa de 18 a 24 anos – chega a 26,6% no Brasil. Em Minas Gerais, esse número se aproxima da média nacional (23,2%).
E alguns setores da economia, como a indústria, defendem a mudança na base do ensino e a maior oferta de vagas na educação profissional como saída para inserção desse grande contingente de jovens desocupados no setor produtivo.
Para Edmar Alcântara, gerente de Educação Profissional do Senai de Minas Gerais, a grande diferença entre o mercado de trabalho de hoje e o verificado há algumas décadas é que o funcionário era moldado para permanecer no mesmo emprego e na mesma empresa por muito tempo, algo raro atualmente.
O especialista dá dicas para os jovens que estão planejando as carreiras: "A primeira coisa para o jovem que vai entrar no mercado de trabalho é a seguinte: ele precisa escolher uma área de conhecimento. Não necessariamente uma profissão. A área de conhecimento hoje é muito mais ampla do que a profissão. Eu sou engenheiro, mas atuo na área administrativa ou no mercado financeiro".
Já o professor e pesquisador Jairo Eduardo Borges Andrade, do departamento de Psicologia Social e do Trabalho da Universidade de Brasília (UnB), alerta para o tipo de educação que os jovens precisam receber para não sofrerem com a falta de preparo para o mercado de trabalho. "O que nós estamos chamando aqui de boa educação: é tornar o indivíduo capaz de aprender novas coisas. Não é só tornar o indivíduo capaz de fazer as coisas que precisam ser feitas agora no mercado trabalho, porque se a gente vai por aí, rapidamente o sujeito vai ficar defasado", esclarece o professor.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) de 2017 dão conta que apenas 28,5% dos jovens de até 19 anos finalizaram a educação básica.
Outro problema é que as matrículas na Educação de Jovens e Adultos (EJA) caíram 40% na última década. Em 2017, apenas 3,6 milhões se inscreveram no programa, destes, 1,4 milhão buscaram concluir o ensino médio e 54 mil finalizaram a educação profissional.
A baixa procura pela educação profissional também é outro fator destacado pela PNAD. Somente 11,1% dos alunos que estavam no ensino médio também cursaram esse tipo de formação. Para se ter uma ideia, de acordo com os dados apresentados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em países como Áustria e Finlândia, o percentual em 2015 atingiu cerca de 70%. Já Alemanha, Dinamarca, Portugal e França passa dos 40% os jovens no ensino médio cursando educação profissional.
(com Agência do Rádio Mais)
BRASIL
Má formação dos jovens é uma das causas de desemprego
Em Minas Gerais, 23,2% das pessoas entre 18 e 24 anos estão desempregadas
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