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Manter os jovens na escola ainda é um desafio no Brasil

Dados da Unicef mostram que 18 milhões de crianças e adolescentes não estudam no país

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Segundo estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a educação está entre os principais direitos negados a 61% dos 18 milhões de crianças e adolescentes com idade entre 7 e 17 anos que vivem na pobreza no Brasil.
Cerca de 8,8 milhões dessa faixa da população (20,3%) estão na escola, mas são analfabetos ou estão em atraso escolar (13,8%) ou estão fora da escola (6,5%).

Dados do Observatório do Plano Nacional de Educação (PNE) mostram que as taxas de matrículas nos ensinos fundamental e médio aumentaram, chegando a 97,7% e 62,7%, respectivamente. Mas, aproximadamente 1,5 milhão de jovens de 15 a 17 anos, que deveriam estar cursando o ensino médio, estão fora da escola, o que corresponde a cerca de 15% da população dessa faixa etária.

A baixa qualidade de ensino, a falta de atratividade e os obstáculos sociais são os fatores responsáveis por 25% dos alunos desistirem da escola ou serem reprovados logo no início do ensino médio.

"A universalização que nós alcançamos na educação básica é algo importante, mas estamos tendo um grande desafio de aumentar o contingente de jovens que vão fazer o ensino médio, ajustar a adequação da série por idade, bem como melhorar a qualidade da educação e, paralelo a isso, temos que corrigir o problema da matriz educacional", explica Rafael Lucchesi, diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em entrevista à Agência do Rádio Mais.

Para ele, investir em novas tecnologias e no ensino profissional, além de fortalecer políticas que valorizem os profissionais da educação, é essencial para elevar a qualidade do ensino e, consequentemente, manter os jovens na escola.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) chegou a encaminhar aos candidatos à presidência da república, em julho deste ano, propostas para aumentar a competitividade da indústria e do Brasil. Conforma a CNI, o objetivo é construir, nos próximos quatro anos, uma economia mais produtiva, inovadora e integrada ao mercado internacional. Entre as propostas, elaboradas com base no Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022, lançado no início do ano, está o fortalecimento da educação.

Para o professor Luiz Síveres, especialista em Educação e Psicologia, fazer com que o conhecimento chegue com qualidade até a população é fundamental para o crescimento de um país. "A educação sempre foi um elemento propiciador do desenvolvimento do país. Outras nações, que optaram por priorizar a educação, têm resultados econômicos mais favoráveis. O Brasil, também percebemos, no momento em que fortalece este segmento, que dispõe de mais recursos para a educação, também tem indicadores melhores, até mesmo na economia", ressalta o especialista.

Além disso, o professor destaca que a tecnologia, a inovação e a criatividade são elementos que precisam estar no processo educativo para que ocorram as mudanças necessárias no atual cenário da educação.

(com Agência do Rádio Mais).