Estado de Minas INTERNACIONAL

Reversão dos polos magnéticos deve acontecer 'em breve'

Estudo prevê que inversão ocorrerá em até 150 anos


postado em 22/08/2018 08:44 / atualizado em 22/08/2018 08:47

A reversão dos polos magnéticos da Terra pode acontecer em até 150 anos, segundo estimativa de cientistas da China, Austrália e Taiwan(foto: Science ABC/Reprodução)
A reversão dos polos magnéticos da Terra pode acontecer em até 150 anos, segundo estimativa de cientistas da China, Austrália e Taiwan (foto: Science ABC/Reprodução)
Estudo realizado por cientistas da China, Taiwan e Austrália, divulgado na terça, dia 21 de agosto, mostra que, após análises de estalagmites da caverna chinesa de Sanxing, que fica em Hezhou, no sudeste do país, há indicativos de que os polos magnéticos da Terra poderão se inverter em até 150 anos, o que seria mais cedo do que se imaginava. A informação foi divulgada pela emissora alemã de rádio Deutsche Welle.

A estimativa foi possível porque as estalagmites encontradas na caverna são velhas o suficiente para "guardar a memória" do último evento do tipo ocorrido no planeta.

De acordo com os cientistas, a reversão do campo magnético terrestre estaria "bastante atrasada". Normalmente, o fenômeno ocorre, em média, a cada 200 mil ou 300 mil anos. Porém, o planeta não tem uma inversão desde a última Era do Gelo, há cerca de 780 mil anos.

O magnetismo na Terra se forma devido ao movimento dos metais líquidos existentes no núcleo do planeta. E os pesquisadores descobriram que a velocidade de movimentação dessas substâncias está mais rápida. Além disso, o campo magnético terrestre estaria em torno de 10% mais fraco se comparado com os registros feitos há 175 anos, informa a emissora.

Outro ponto curioso é que está ocorrendo a "excursão" geomagnética, ou seja, o polo muda de lugar sem acontecer a inversão. Os cientistas apontam que o Polo Norte magnético, por exemplo, que se localiza atualmente ao norte do Canadá, a cada ano está ficando cerca de 50 km mais perto da Sibéria, na Rússia.

Mas, isso não é um problema, já que, desde a última reversão magnética, tivemos diversas "excursões" geomagnéticas.

De acordo com o pesquisador Jürgen Matzka, do Instituto de Ciências Ambientais e da Terra de Potsdam, na Alemanha, em entrevista para a Deutsche Welle, essas "excursões" estão ocorrendo com frequência 10 vezes maior do que anteriormente.

A boa notícia é que a inversão dos polos magnéticos da Terra não representam uma ameaça à humanidade, mas os especialistas alertam que poderão gerar falhas nos satélites que orbitam o planeta. Curiosamente, esse risco não é uma novidade, já que o próprio enfraquecimento do campo magnético terrestre já deixa os equipamentos de comunicação mais vulneráveis aos danos provocados pela radiação solar e pelas partículas ejetadas regularmente pelo Sol.

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