A condição é caracterizada por anormalidades hormonais que são, ao mesmo tempo, causa e consequência da doença. Segundo a ginecologista e obstetra Cláudia Navarro, o estado constante de amenorreia (ausência da menstruação) e oligomenorreia (irregularidade de ciclo) acabam gerando um desarranjo no padrão endócrino. "Algumas pacientes apresentam elevação dos níveis de insulina, aumentando o risco de diabetes, e a grande maioria delas tem aumento na produção de hormônios androgênios que dificultam a ocorrência da ovulação e, consequente, da gravidez", comenta a médica.
De acordo com a especialista, a alteração nas taxas de insulina promove danos não apenas na área ginecológica, mas está relacionada também à incidência de obesidade e elevação da pressão arterial. A anovulação, característica nas mulheres que têm a síndrome, pode gerar quadros de infertilidade. Mas, ela explica que os resultados de uma fertilização in vitro pouco sofrem com a interferência da Síndrome dos Ovários Policísticos.
A ginecologista destaca que o tratamento pode ser feito com ênfase em um de três objetivos, dependendo de qual seja o predominante em cada paciente: a regularização do ciclo menstrual; o tratamento da infertilidade; ou a melhora da pele e do hirsutismo (excesso de pelos, com características masculinas).
"É preciso reduzir a produção e a circulação de hormônios androgênios. Quando necessário, há indicação de medicamentos que diminuam a resistência à insulina. O objetivo é proteger o endométrio dos efeitos da constante exposição de estrógenos; evitar os efeitos da superinsulinemia para o organismo; induzir a ovulação para alcançar e manter a gravidez e ainda oferecer suporte para controle do peso ideal", afirma Cláudia Navarro..