Esse distúrbio faz com que a pessoa afetada acredite que seus familiares mais próximos – como pais, cônjuges, irmãos e até os filhos – são, na verdade, impostores. Ou seja, na visão do doente, seus entes queridos foram substituídos por pessoas que estão fingindo se passar por eles, como explica uma matéria publicada pela emissora britânica BBC.
A origem da Síndrome de Capgras ainda é desconhecida, mas os cientistas acreditam na possibilidade de que a causa esteja relacionada a possíveis "danos na conexão entre as áreas do cérebro responsáveis pelo reconhecimento facial". Isso afetaria a resposta da mente nos momentos em que a pessoa vê um membro da família. Neste caso, o cérebro não confirmaria que o rosto do parente seria um semblante conhecido, transformando o indivíduo que está à frente do paciente numa espécie de "farsante".
Ao contrário do que se possa imaginar, essa condição psicológica não faz com que o doente veja pais, irmãos ou cônjuges como desconhecidos. Na verdade, conforme a BBC, o doente sabe que os rostos são familiares, porém, crê que esses indivíduos não são quem dizem ser. Tanto que, ainda segundo a emissora britânica, há casos em que a pessoa afetada reconhece o parente numa conversa por telefone, mas quando fica frente a frente com ele, acredita ser um impostor, anulando o sentimento de afeto que deveria existir normalmente, podendo gerar, inclusive, um comportamento violento por parte do doente.
Caso de 1995
Uma das pessoas registradas com esse distúrbio é o galês Alan Davies.
Origem
Vale dizer que o nome da síndrome está ligado ao sobrenome do psiquiatra francês Joseph Capgras (1873-1950), que foi o primeiro a documentá-la, no início dos anos 1920. Juntamente com o colega Jean Reboul-Lachaux, Capgras descreveu o caso de uma mulher de 53 anos que sofria desse tipo de transtorno mental. Para a paciente francesa, o marido, os filhos e até as empregadas domésticas eram impostores que planejavam roubar sua identidade e ficar com toda a herança.
De acordo com a BBC, outros inúmeros casos foram relatados desde então, muitos documentados em jornais científicos. Exemplo disso é um artigo, intitulado Capgras Syndrome and Dangerousness (Síndrome de Capgras e sua Periculosidade), publicado em 1989 no Boletim da Academia Americana de Direito e Psiquiatria, de autoria dos cientistas Arturo Silva, Gregory Leong, Robert Weinstock, que descrevem pelo menos quatro casos de pacientes que foram estudados por eles e que sofriam com a Síndrome de Capgras..