Apesar de serem o público mais conectado do Brasil, os jovens e adultos entre 18 e 32 anos ainda não se sentem totalmente confiantes ao usar a internet para negócios e gestão financeira. Isso foi apontado por um levantamento realizado pelo Centro de Inteligência Padrão (CIP).
A partir das entrevistas realizadas em todo o país com 1,2 mil jovens, o estudo mostra que menos da metade dessa população acessa o banco pela internet (47%). Cerca de um terço (35%) não usa o celular para nenhum tipo de transação financeira e 39% não se sentem confortáveis em disponibilizar dados para fazer compras pela rede.
Outros hábitos ainda permanecem mais analógicos do que digitais. A maioria desses jovens adultos (65%) prefere livros impressos aos virtuais e 56% disseram ser influenciados por consumidores reais para fazer as compras – apenas 8% levam em consideração os chamados influenciadores digitais (digital influencers).
Segundo Jacques Meir, diretor executivo do CIP, esse comportamento vem do fato de que a internet ainda é vista mais como uma forma de mídia do que um ambiente virtual amplo. "A cultura brasileira ainda na relação com a internet é derivada da experiência com a televisão, uma cultura de mídia", ressalta.
Assim, os jovens, mesmo utilizando de forma intensa a rede, ainda resistem a outras possibilidades. "Eles veem como uma ferramenta de comunicação e entretenimento. Exatamente por isso que eles têm desconfiança a uma imersão digital mais profunda", acrescenta.
Trabalho
A pesquisa também levantou as percepções da juventude a respeito do trabalho. Uma grande parte, 43%, diz estar insatisfeita com o trabalho atual. Mais da metade (56%) gostaria de trabalhar em uma empresa que incentive a geração de ideias e melhorias; 45% em companhias que permitem a comunicação aberta e transparente entre as pessoas; e 38% em negócios com políticas de igualdade e inclusão.
"A questão do trabalho hoje é um grande conflito para essa juventude. Eles encaram com alguma insatisfação a maneira como eles trabalham", destaca Meir. Isso tem a ver, segundo ele, com as transformações pelas quais a sociedade vem passando.
Por isso, passam tanto o engajamento com diversos temas da agenda política como uma visão diferente sobre o trabalho. Os direitos das minorias em sentido amplo (homossexuais, imigrantes, negros) são defendidos pela maior parte desses jovens (64%) e 75% se dizem engajados em causas ambientais.
Sobre as empresas, 55% acreditam que elas têm como único interesse fazer dinheiro e 36% não acham que as companhias estão empenhadas em melhorar a sociedade. Um quarto (25%) acredita que as empresas atuem para melhorar a sociedade. Já os empreendimentos que promovem o compartilhamento de bens e serviços, a chamada economia compartilhada, são vistos por 70% como algo que traz impacto positivo no mundo.
(com Agência Brasil)
BRASIL
Muitos jovens ainda desconfiam da segurança da internet
Estudo aponta que quase 50% desse público não acessa o banco de forma virtual
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