Segundo a farmacêutica e assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRF-MG), Danyella Domingues, essas práticas são condenáveis. Ela alerta que modificar a forma original de um comprimido ou cápsula interfere diretamente em sua eficácia. "Os medicamentos são produzidos pensando na chamada biodisponibilidade, que é o tempo pré-determinado para que aquelas substâncias comecem a agir no organismo. Quando um comprimido é partido ou esmagado, ou uma cápsula é aberta, este tempo é diretamente alterado e muda a forma de ação do medicamento", explica a especialista.
Além de comprometer a eficácia da substância, partir um comprimido não garante que se está tomando exatamente "meia dose".
Já em relação à marcação que existe em alguns comprimidos, e que a maioria das pessoas acredita servir para dividi-los ao meio, a especialista esclarece que se trata apenas de uma marca deixada pelo molde que alguns laboratórios usam para compactar o medicamento. Ou seja, não é a indicação de que aquele remédio pode ser cortado ao meio.
Medicamentos manipulados
A manipulação é a solução para os casos em que não se encontra o remédio na dosagem que o médico receitou. "O ideal, nesses casos, é retornar ao consultório e solicitar ao médico que faça uma nova prescrição para que o medicamento seja manipulado com a dosagem exata", aconselha Danyella Domingues.
Ela rechaça a crença popular que questiona a eficácia dos medicamentos manipulados. "O remédio manipulado funciona exatamente da mesma forma que os industrializados. O que faz diferença é a qualidade no processo de manipulação", afirma a farmacêutica e assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais.
*Publicado originalmente em 23/08/2016.