Segundo o biólogo e professor da PUC Minas, Henrique Paprocki, a verdade é que os pernilongos não têm uma função definida no ecossistema, e isso é comum entre os insetos e até entre alguns animais maiores. "Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, nem tudo na natureza existe para um propósito ou para nos proporcionar algum benefício. É o caso dos pernilongos. Eles nos picam somente porque precisam do nosso sangue para se reproduzirem", explica o especialista.
Henrique Paprocki acrescenta que, para todo recurso existente na natureza, existe algo ou alguém que vai consumi-lo. Assim é com a água, com os alimentos que ingerimos e até com o lixo, que é consumido por outros animais, como ratos e baratas. No caso dos pernilongos, nosso sangue é o recurso natural e eles são os "consumidores", e eles também servem de comida para outros animais, como aranhas e lagartixas.
Curiosidades
O professor da PUC Minas destaca, ainda, que somente as fêmeas do pernilongo picam. Elas são atraídas por odores emitidos pela nossa pele. A coceira que surge após a picada se deve a proteínas existentes na saliva do inseto que, em contato com o nosso corpo, causam alergia.
Ainda de acordo com o biólogo, existem milhares de espécies de pernilongos, sendo mais comuns nas cidades brasileiras o Culex quinquefaciatus – pernilongo doméstico –, e o temido Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Apesar de todo o incômodo causado pelos pernilongos, eles têm uma vida bem curta: 30 a 90 dias, em média.
O vídeo abaixo mostra, detalhadamente, o momento em que um pernilongo está picando uma pessoa. Veja:
*Publicado originalmente em 13/05/2015