O que vale mais para as empresas: diploma ou experiência?

O mundo corporativo vem evoluindo com o passar dos anos e muita coisa mudou nos últimos tempos quando falamos em perfil profissional. Antigamente, para determinadas profissões, a formação acadêmica era a porta de entrada para o mercado de trabalho. O diploma não perdeu o seu valor, mas não é o bastante e nem o que qualifica o profissional. É assim que as empresas e os setores de gestão de pessoas têm enxergado o profissional na hora da entrevista de emprego. Valores, perfil comportamental e vivências podem ser o diferencial para a conquista de uma vaga no mercado de trabalho.

De acordo com dados do Fórum Econômico Mundial (WEF) em seu relatório anual "The Future of Jobs", de 2020, mapeou empregos e habilidades consideradas essenciais para os profissionais. Pensamento analítico, aprendizagem ativa, capacidade de resolver problemas complexos, pensamento crítico e criatividade são competências consideradas fundamentais. Seguidas pela capacidade de liderar e influenciar, de monitorar e usar a tecnologia no trabalho, resiliência e raciocínio voltado para resoluções.

Para a especialista em desenvolvimento humano e vida com qualidade, Adriana Moreira, do Instituto Mercato Brasil, as empresas perceberam que além das habilidades técnicas e formação profissional, outros atributos fazem a diferença para as empresas na hora de contratar um colaborador. "O profissional precisa aplicar com competência o conhecimento técnico que adquiriu durante os anos de sua formação. O que fortalece a permanência deste profissional no mercado de trabalho é a sua capacidade de se conectar com outras áreas do conhecimento, aplicando suas habilidades técnicas juntamente às experiências adquiridas no exercício da profissão e na vida como um todo. Hoje, o conhecimento que antes era pensando em benefício próprio, contribui para o resultado do coletivo. O profissional e as organizações entenderam que os resultados de um colaborador são importantes e afetam o todo ", diz.

As relações interpessoais dentro do ambiente corporativo e a troca de experiências entre as pessoas de áreas distintas contribui para o desenvolvimento e crescimento individuais e da equipe. "Antigamente, cada profissional dentro de uma empresa trabalhava em sua área específica, muitas das vezes sem se relacionar com os colegas e, culturalmente, não se enxergava a possibilidade de somar as vivências de cada um, transformando isso em resultado. Atualmente, o sentido de coletividade e a importância de trabalhar isso de maneira criativa para contribuir com projetos de sucesso dentro de um ambiente corporativo tem despertado nas pessoas a necessidade de estarem em contato umas com as outras, trocando experiências e agregando conhecimento de áreas distintas em prol do bem comum", afirma a psicóloga.

Em tempos de home office, reuniões e contatos com os colegas de trabalho estão restritas ao universo online, mas este novo modelo de trabalho trouxe também, oportunidade. Muitas empresas pensam em adotar em definitivo o sistema home office para boa parte da equipe, pois assim os custos caem e o profissional também ganha em qualidade de vida; o que reflete também na otimização e qualidade do seu trabalho. "Quem se adaptar a este novo cenário vai sair na frente. O mercado de trabalho pode se tornar mais acessível para quem tem mais facilidade em lidar com estas mudanças. É importante ter o olhar e a mente abertos para perceber que as coisas já mudaram. As empresas já estão adotando o home office em áreas que antes era impensável. Trabalhar o mindset e ter a cabeça aberta para enxergar novas possiblidades dentro da carreira é um dos diferenciais que as empresas buscam no profissional, garante.