- Foto: krakenimages/UnsplashNo cenário pós pandêmico, alguns valores têm se tornado fundamentais no meio empresarial e, cada vez mais, as relações de trabalho vêm buscando a construção de laços de confiança e a valorização do ser humano por trás de cada funcionário. Essa seria uma das formas mais efetivas para permitir autonomia e estimular o potencial máximo de cada um, obtendo melhores performances. "Apenas com base na confiança é possível se conhecer melhor os colaboradores e adotar maior flexibilidade nas relações", diz Isabela Lopes, diretora executiva do Great Place To Work (GPTW) regional Minas Gerais. Em sua 9ª edição, a pesquisa GPTW 2022 revela ainda mais sobre as melhores empresas para se trabalhar no estado. O ranking mineiro contou com a inscrição de 186 empresas, representando 143.257 funcionários, sendo 70 delas premiadas: 20 de porte grande (com 1 mil ou mais funcionários), 30 de médio porte (entre 100 e 999) e 20 de pequeno porte (entre 30 e 99). Os troféus foram entregues no último dia 13, em cerimônia no Ouro Minas.

Mais uma vez, a pesquisa apontou algumas peculiaridades da terra do pão do queijo. Cada vez mais jovens, os presidentes das empresas premiadas têm em média 47 anos de idade. Os funcionários, em sua maioria, possuem entre 25 e 34 anos, com ensino médio completo. Das premiadas, 68% permitem que os colaboradores participem de programas de voluntariado dentro do horário de trabalho e 51% delas contam com pessoas responsáveis por combater a discriminação e promover a diversidade. "Sem dúvidas, esse é o novo perfil da relação de trabalho hoje. Mais próximo das pessoas, mais flexível e com mais liberdade para atuar", afirma Isabela. Para garantir vida longa aos negócios, não basta olhar apenas para os lucros. É preciso atuar de forma responsável, atento às necessidades dos colaboradores, da comunidade e do meio ambiente, estabelecendo relações éticas e transparentes com todos os envolvidos na cadeia produtiva.

A ESG (sigla para Environment, Social e Governance) não é apenas um modismo. Tornou-se um guia fundamental para orientar empresas que desejam se manter ativas e prósperas no futuro. "É preciso pensar mais na sociedade e menos no caixa. E o grupo das Melhores Empresas para Trabalhar se destaca também por isso", diz Isabela. A diretora avalia que a pandemia apenas acelerou mudanças inevitáveis, tirando a sociedade de sua zona de conforto e exigindo a substituição de uma mentalidade previsível, linear, repetitiva, processual e hierárquica para uma mentalidade que aceita a imprevisibilidade e, portanto, o experimento e o erro, além de ser mais colaborativa. "A camaradagem entre as pessoas é muito bem avaliada, assim como o orgulho que elas têm da sua empresa."

Com oportunidades reais de crescimento, qualidade de vida e alinhamento de valores entre  as empresas e  os funcionários, a pesquisa apontou os mais altos índices de confiança e baixa rotatividade da série. "Costumo dizer que a palavra que marca essa nova era é a flexibilidade. Não importa exatamente o formato de trabalho – se híbrido, remoto ou presencial –, importa o quão flexível é sua gestão de pessoas e sua liderança."  A inclusão das mulheres nos cargos de média e alta liderança no estado (respectivamente 36% e 23%), segue obtendo avanços tímidos, mas extremamente importantes para uma mudança de consciência coletiva. Na lista geral das 150 melhores empresas para se trabalhar no Brasil, já é possível observar uma equidade de gênero na base e um equilíbrio melhor nos cargos de média liderança. "O mesmo não ocorre, por exemplo, com o ranking Minas Gerais. Essa diferença pode estar relacionada à maturidade na gestão de pessoas das empresas", diz Haline Aquino, Diretora Regional MG - GPTW. Para avançar, é preciso olhar para o tema com seriedade, incluindo metas, indicadores e acompanhamento contínuo. O pontapé inicial, sem dúvidas, já foi dado.

A pesquisa desenvolvida pela consultoria GPTW, em parceria com a revista Encontro e jornal Estado de Minas, utiliza os mesmos critérios de avaliação aplicados nos 109 países em que a GPTW está presente. A seguir, as empresas premiadas nesta edição, divididas em pequeno porte, porte médio e grande porte. As três primeiras de cada categoria aparecem de acordo com a pontuação que alcançaram, e as demais em ordem alfabética.