Em uma cerimônia histórica realizada na manhã desta terça-feira (4), em Belo Horizonte, a coronel Jordana de Oliveira Filgueiras Daldegan tomou posse como a primeira mulher comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG). A nomeação foi anunciada pelo governador Romeu Zema (Novo) na última quarta-feira (29). Ela sucede o coronel Erlon Dias do Nascimento Botelho, encerrando um ciclo de 113 anos sem liderança feminina na corporação.
Durante o evento, a nova comandante destacou os desafios da posição e a responsabilidade de ser uma figura representativa para outras mulheres. "O desafio é enorme, a responsabilidade é muito grande. As expectativas não são só minhas, eu sei que represento expectativas de mulheres que vão muito além da minha corporação. Já estou vivendo isso desde o momento que foi anunciado, o quanto a representatividade nos fortalece enquanto mulheres", afirmou.
Trajetória
A coronel Jordana, de 44 anos, ingressou no CBMMG em 2000, sendo parte da primeira turma de oficiais formados após a separação do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar. Ela é especialista em administração pública, com ênfase em gestão de pessoas pela Escola de Governo da Fundação João Pinheiro, e em gestão estratégica e políticas públicas pela Academia de Bombeiros Militar.
Ao longo de sua carreira, ocupou funções estratégicas, como subchefe da Seção de Planejamento Operacional do Estado-Maior e subcomandante do 3º Batalhão de Bombeiros Militar, além de ter chefiado a Diretoria de Assuntos Institucionais e a Assessoria de Comunicação da corporação.
Representatividade
Desde a inclusão das primeiras bombeiras em dezembro de 1993, as mulheres têm conquistado espaço na corporação. Em 2024, o concurso para ingresso nos bombeiros adotou ampla concorrência entre candidatos de ambos os sexos, sem distinções.
Ainda assim, a presença feminina no CBMMG representa apenas 10% do efetivo. Coronel Jordana reconheceu que os desafios para as mulheres persistem, mas apontou avanços significativos. "Existem também conquistas diárias. No dia a dia, onde a gente sabe que pelo tipo das atividades, nós temos que estar constantemente atentas. Eu falo que a questão da mulher, nós não precisamos ser diferentes em nada, se a gente tiver condições de igualdade e respeito a gente chega em qualquer lugar."
A nova comandante-geral enfatizou a relevância histórica de sua nomeação e destacou o longo caminho percorrido pelas mulheres dentro da corporação. "A importância dessa liderança feminina, no nosso caso, vem mais de uma consolidação de algo que começou a ser construído lá atrás, há 30 anos, com a inclusão da mulher na corporação. Foi um processo gradativo, que foi sendo vivenciado e aprimorado, é uma conquista."