
"Levamos um pouco da modernidade, mas também resgatamos o que vinha dos avós e pais dessas comunidades, coisas que estavam se perdendo com o tempo", explica Edson Miranda, coordenador dos cursos itinerantes do SDP.
Os cursos oferecidos vão além da gastronomia. O projeto abrange também formação em beleza, empreendedorismo e pequenos negócios. Edson explica que o modelo itinerante possibilita que a qualificação chegue a quem mais precisa. "Além dessa turma no Norte de Minas, hoje, estamos em 36 municípios da Bacia do Paraopeba, no sudeste do estado, levando educação profissional a diversas comunidades", ressalta.
Resgate Cultura
No curso as alunas puderam relembrar receitas tradicionais quilombolas, como o beiju (iguaria feita de tapioca) e o biscoito de goma. "É um resgate cultural e, ao mesmo tempo, uma nova oportunidade para empreender", destaca Edson.

"O conhecimento da comunidade quilombola está crescendo cada vez mais, lidando com as novas tecnologias, mas sem perder a origem, que é o mais importante", afirma Nilza.
De acordo com Edson, os cursos são realizados em parceria com prefeituras locais e grandes empresas, e já alcançaram 36 municípios da Bacia do Rio Paraopeba, na região sudeste de Minas. "Com uma estrutura itinerante, a iniciativa leva educação profissional diretamente às comunidades, promovendo oportunidades de crescimento e valorização cultural", explica Edson.
Visita Especial
Em fevereiro de 2025, as alunas do curso profissionalizante de gastronomia da dessa comunidade quilombola visitaram unidades da sede central do SDP em Belo Horizonte e na Cidade dos Meninos, em Ribeirão das Neves. Guiadas por Edson Miranda, foram recebidas por Ariana Lopes, coordenadora-geral dos Centros de Formação Profissionalizantes do SDP, e Gérsica Reis, coordenadora-geral dos CFPs em Ribeirão das Neves, além de instrutores do curso de gastronomia. Durante a visita, conheceram as instalações e receberam orientações da Luciana Weber, coordenadora do curso de gastronomia da unidade de BH.

"Muitos empreendedores focam apenas na produção e esquecem da gestão. É fundamental calcular os custos, divulgar a marca, criar estratégias de venda. Minha mãe e eu vendíamos doces para bufês e, por muito tempo, não percebemos que o público final também era essencial para fortalecer nosso nome. O curso de confeitaria e gelateria do SDP tem ajudado muitos alunos a empreender, seja vendendo doces e sorvetes, seja inovando na área de drinks e eventos. A dedicação e o aprendizado contínuo são fundamentais para esses novos profissionais."
Daniela Grandini, confeiteira e professora do curso de gastronomia em Fortuna de Minas pelo SDP, descreve a experiência de levar conhecimento a uma comunidade quilombola:
"Eles mostram o que sabem e ficam bem atentos ao que ensino. Mostrou que a confeitaria vai além da técnica: ‘é amor. Trabalhar com doces encanta, porque todo mundo gosta, do mais novo ao mais velho", afirma. Daniela destaca a troca de conhecimentos com os alunos. "Você ensina, mas também aprende muito com eles. É gratificante ver o interesse e o esforço de cada um para crescer na área."
Esse ciclo de aprendizado se mantém dentro do SDP. Edson Miranda é prova disso. "Nunca é tarde para aprender! Assim como cresci dentro do Sistema Divina Providência e, hoje, me tornei coordenador, a oportunidade está ao alcance de todos."
Meta Descrição SEO 156 caracteres: Projeto do SDP leva qualificação a quilombolas em MG, unindo tradição e modernidade na gastronomia. Curso itinerante valoriza cultura e impulsiona o empreendedorismo.