A imagem de dois homens comemorando a destruição de uma placa que homenageava a vereadora Marielle Franco, morta num atentado no dia 14 de março detse ano, no Rio de Janeiro, viralizou nas redes sociais na quarta, dia 3 de outubro. O jovens que aparecem com a placa dividida ao meio são candidatos a vagas na Câmara dos Deputados e à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Eles são filiados ao Partido Social Liberal (PSL), mesma sigla do presidenciável Jair Bolsonaro.
Como se não bastasse o desrespeito à memória de uma das parlamentares com maior número de voto no estado fluminense, cujo crime segue sem solução 10 meses depois, os candidatos fizeram questão de publicar um vídeo nas redes sociais, celebrando o vandalismo. O rapazes foram identificados como Daniel Silveira, que concorre a uma vaga de deputado federal, e Rodrigo Amorim, que tenta um cargo de deputado estadual no Rio.
Nas fotos compartilhas no Facebook, Silveira justifica o ataque. Segundo ele, após a morte de Marielle Franco, "militantes de esquerda ilegalmente renomearam a praça Floriano Peixoto no centro do Rio de janeiro, colando um placa por cima da original". Antes, o lugar tinha o nome do marechal Floriano Peixoto, segundo presidente do Brasil.
"De certo que a morte da conhecida vereadora deve ser investigada e os autores punidos, no entanto, não pode servir como desculpas para depredação do patrimônio público, tampouco ser feita de troféu como se ela fosse a única vítima dentre os 60 mil mortos por ano vítimas de violência", escreve Silveira no texto que acompanha a imagem deles na rede social criada por Mark Zuckerberg.
No vídeo, Amorim diz que Marielle é apenas "mais uma" das vítimas de violência no Rio de Janeiro. Nos últimos minutos da gravação, os dois dizem "Floriano presente", em referência ao grito usado em defesa de Franco, "Marielle, presente".
No post, o candidato a deputado estadual se diz "inimigo do PSOL". "Nos acusam de intolerantes, nos acusam de fascistas.
A publicação ganhou visibilidade após o apresentador e humorista Gregório Duvivier criticar a foto. Nas redes sociais, muitos eleitores ajudaram a identificar quem eram os homens e também repudiaram o ato.
Marielle foi morta a tiros dentro de um veículo, no momento em que saía de um ato político, com mulheres negras, no centro do Rio de Janeiro. Assim que a vereadora saiu do encontro, criminosos passaram, de carro, atirando contra o veículo onde estava a parlamentar, uma assessora e o motorista dela, Anderson Gomes, que também não resistiu aos ferimentos. Foram efetuados diversos disparos de fuzil. Ninguém foi preso até agora..