Um levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde na segunda, dia 1º de outubro, aponta que 75,3% dos idosos brasileiros dependem exclusivamente dos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo que 83,1% deles realizaram pelo menos uma consulta médica nos últimos 12 meses. Nesse período, foi identificado ainda que 10,2% dos idosos foram hospitalizados uma ou mais vezes. Quase 40% deles possuem uma doença crônica e 29,8% possuem duas ou mais como diabetes, hipertensão ou artrite. Ou seja, ao todo, cerca de 70% dos idosos possuem alguma doença crônica.
"Nós temos que cuidar da saúde dos brasileiros desde a infância para que eles tenham uma vida cada vez mais saudável. Isso significa voltar nossas ações para uma alimentação saudável, para a promoção de atividades físicas, inibir o consumo do álcool e do tabaco, e ainda para as pessoas com idade acima de 60 anos, oportunizar o diagnóstico de doenças de forma cada vez mais precoce. É dessa maneira que podemos oferecer à nossa população um envelhecimento saudável", afirma o ministro da Saúde Giberto Occhi, em citaçãi feita pela Agência Fiocruz de Notícias.
O estudo aponta também que 85% da população com 50 anos ou mais vivem em área urbanas. E entre os relatos sobre os hábitos de comportamento, 43% dos idosos acompanhados pelo estudo disseram ter medo de cair na rua. "Mais de 80% da população se diz satisfeita com a atenção que ela recebe. Então ter um sistema público de saúde universal é extremamente importante. O SUS possui bons indicadores de resolutividade, então é necessário que se preserve o sistema que é modelo para o mundo. Se você melhora a condição de saúde da população você também aumenta a longevidade no trabalho", ressalta a pesquisadora Maria Fernanda Lima-Costa, da Fiocruz Minas, que coordenou o estudo.
Atualmente, os idosos representam 14,3% dos brasileiros, ou seja, 29,3 milhões de pessoas. E, em 2030, o número deve superar o de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos. Em sete décadas, a média de vida do brasileiro aumentou 30 anos saindo de 45,4 anos, em 1940, para 75,4 anos, em 2015. O envelhecimento da população tem impactos importantes na saúde, apontando para a importância de organização da rede de atenção à saúde para a oferta de cuidados longitudinais.
As doenças crônicas não transmissíveis atualmente afetam boa parte da população idosa. De acordo com pesquisas anteriores divulgadas pelo Ministério da Saúde, 25,1% dos idosos têm diabetes; 18,7% são obesos; 57,1% sofrem com a hipertensão; e 66,8% têm excesso de peso. Esses problemas são responsáveis por mais de 70% das mortes no país.
Caderneta da Pessoa Idosa
O Ministério da Saúde também oferta gratuitamente a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, que passou por atualização e permite conhecer as necessidades de saúde da população da terceira idade atendida no SUS. As informações contidas no documento são inseridas no prontuário eletrônico.
Pela caderneta é possível identificar o comprometimento da capacidade funcional, condições de saúde, hábitos de vida, vulnerabilidades, além de apresentar orientações para o autocuidado como alimentação saudável, atividade física, prevenção de quedas, sexualidade e armazenamento de medicamentos. De acordo com o governo, Em 2017 foram distribuídos 3,9 milhões de exemplares aos municípios, com um investimento de R$ 2,9 milhões. Em 2018, mais três milhões de unidades devem ser entregues.
(com Agência Fiocruz de Notícias)