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Dezembro pode não ter bandeira vermelha, diz Aneel

Otimismo se deve ao bom regime de chuvas em novembro


postado em 09/11/2018 08:35 / atualizado em 09/11/2018 08:32

(foto: Eletrobras Furnas/Divulgação)
(foto: Eletrobras Furnas/Divulgação)

Devido aos bons índices de chuva no Brasil, que estão dentro da expectativa para o mês de outubro, a bandeira tarifária da conta de energia elétrica para dezembro pode não voltar à bandeira vermelha, segundo André Pepitone, diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). "Reverter acho difícil, no pior estágio seria manter a amarela", diz o diretor à Agência Brasil, após participar de evento no Rio de Janeiro (RJ) na última quinta, dia 8 de novembro.

A Aneel pode inclusive analisar a possibilidade de adotar a bandeira verde no próximo mês. O estudo levará em conta a melhora nos níveis dos reservatórios diante da quantidade de chuva no Brasil em novembro. De acordo com André Pepitone, é preciso aguardar mais um pouco para avaliar alguns fatores que influenciam o modelo que determina a escolha da cor da bandeira.

Entre os fatores está o nível de armazenamento e o GSF – fator que mede o nível entre a energia produzida pelos geradores do Mecanismo de Realocação de Energia e a soma das garantias físicas deles. É com este fator que se avalia quanta energia será alocada em cada usina.

Conforme o diretor-geral, as chuvas estão boas e dentro das expectativas, ainda assim é preciso esperar, porque está no começo do mês, mas acrescenta que o prognóstico é bom. "De acordo com o cenário hídrico que estamos vivenciando hoje ele se apresenta favorável, mas temos que aguardar para não fazer um exercício de futurologia", afirma Pepitone.

Ele estima que após o dia 20 será possível "ter uma sensibilidade com grande precisão" para definir a cor da bandeira.

Chuvas

Quem está muito feliz coma  quantidade de chuva neste mês é Luiz Eduardo Barata, diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Segundo Barata, em entrevista à Agência Brasil, até setembro as condições climáticas eram muito ruins tanto no nordeste como no centro-oeste e no sudeste. O quadro começou a mudar em outubro.

Para novembro, as expectativas dos institutos de clima apontam para boa quantidade de chuva no rio Paranaíba, o que deve melhorar também as condições no rio Tocantins. "Deve começar a subir também as usinas do rio Tocantins e mais para a frente a sinalização é que os rios do norte, Madeira e Xingu, também vão ter uma condição boa", comenta o diretor-geral do ONS.

Outra previsão que anima Barata é o fenômeno El Niño entre moderado e fraco. De acordo com ele, isso é positivo, porque deve vir acompanhado de chuva na média ou pouco acima disso no nordeste, enquanto na região sul a previsão é de chuva intensa.

"Quando estávamos em setembro a nossa perspectiva era terminar o período seco na faixa dos 14% ou 15% [dos reservatórios] no sudeste. No nordeste, a previsão era terminar acima de 20%, não por causa da chuva, mas principalmente por causa da estratégia de controle de vazão. No sudeste, estamos entre 19% e 20%, principalmente porque continua chovendo e de forma abundante na região sul. Se nós vínhamos em junho, julho, agosto e setembro com o fluxo de energia da região sudeste para a região sul, a partir de outubro passamos a ter o fluxo do sul para o sudeste. Esse é que foi o grande diferencial", esclarece Luiz Eduardo Barata.

(com Agência Brasil)

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