Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o levantamento anual sobre inspeções em navios de cruzeiro, divulgado no dia 30 de outubro, revela que a maioria das embarcações avaliadas na temporada 2017/2018 recebeu nota máxima em relação aos critérios sanitários brasileiros. Do total de 34 navios que passaram pela inspeção, 29 (85,2%) foram classificados no mais alto padrão, considerado excelente pela agência reguladora. Para se encaixar neste perfil, o navio deve atender a praticamente todos os requisitos exigidos pela instituição.
O levantamento mostra ainda que outras três embarcações (8,8%) foram classificadas no padrão B, o que significa que estavam em nível satisfatório. Apenas dois navios estavam enquadrados nos demais padrões – um na faixa C (condições aceitáveis) e outro na D (condição sanitária insatisfatória, com exigências a cumprir imediatamente).
A Anvisa informa, ainda, que o total de embarcações inspecionadas na temporada 2017/2018 corresponde a 92% do total dos navios de cruzeiro (37) que atracaram no Brasil no período avaliado (setembro de 2017 a abril de 2018).
Programa
Os dados fazem parte do Programa Nacional de Navios de Cruzeiro da Anvisa. "O objetivo dessa ação, iniciada em 2008, é contribuir para melhorar a qualidade sanitária dos produtos e serviços oferecidos a bordo das embarcações, por meio da intensificação e do aprimoramento das rotinas de inspeção. A proposta da Anvisa sempre foi monitorar a qualidade sanitária dos navios de forma padronizada, para produzir informações qualificadas que possam ser usadas, inclusive, pelo consumidor que adquire pacotes de viagem em cruzeiros", informa a Vigilância Sanitária em texto divulgado em seu portal.
Nos 10 anos do programa já foram realizadas quase 500 inspeções em 400 embarcações de 45 empresas, que transportaram um total de seis milhões de pessoas (passageiros e tripulantes).
Fiscalização
De acordo com a Anvisa, todos os navios de cruzeiro que circulam na costa brasileira passam por inspeções sanitárias. "Nessas inspeções, realizadas de surpresa, os fiscais verificam todos os controles da embarcação referentes à segurança sanitária dos alimentos preparados e da água para consumo humano ofertados a bordo. Outras áreas e serviços de importância sanitária também são inspecionadas: águas recreacionais, como piscinas e hidromassagens; limpeza de cabines e ambientes; gerenciamento de resíduos sólidos; sistema de tratamento de efluentes; sistema de climatização; e controle de vetores", esclarece a agência reguladora.
No Brasil, as fiscalizações sanitárias da Anvisa nos navios de cruzeiro utilizam um mesmo roteiro de inspeção para todas as embarcações.
"As equipes de inspeção são formadas por até quatro profissionais, dependendo do tamanho da área a ser vistoriada. Cada profissional verifica uma área específica e, caso haja algum problema considerado crítico, o navio deve saná-lo o mais breve possível", afirma a Anvisa.
Saúde
Conforme a agência, os inspetores checam a capacidade da equipe do navio de enfrentar os eventos de saúde que ocorrem durante a viagem, bem como aspectos relacionados ao hospital de bordo. Durante a temporada 2017/2018, 54% dos eventos de saúde notificados à Anvisa foram casos de diarreia, seguidos de síndrome gripal (32,7%). Também foram apontados casos de infarto, fraturas, pneumonia, faringites, entre outros, mas não relacionados a causas inerentes à viagem.
Além das inspeções, o programa também coleta as informações de saúde que constam em cada embarcação, relacionada ao hospital de bordo, ou seja, dados sobre o número de viajantes (passageiros ou tripulantes) que foram acometidos por alguma doença.
"Quando há um sinal de aumento de viajantes doentes que chame a atenção, os fiscais podem agir entrando em contato com o médico da embarcação e verificando como estão os viajantes, além de monitorar todos os doentes, antes mesmo de ir a bordo para verificar outros registros semelhantes. Vale destacar que o Brasil segue padrões sanitários internacionais, mas, em alguns requisitos, as inspeções apresentam certas especificidades. É o caso do maior acompanhamento das medidas para controle de vetores adotadas pelos navios", salienta a Anvisa.
(com portal da Anvisa).