De acordo com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em conversa com jornalistas nesta quarta, dia 23 de janeiro, o governo busca um parceiro para finalizar a construção da Usina Nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro (RJ). Para ele, a usina é "estratégica" e "fundamental" para o país. As obras estão paradas desde 2015 e o custo da retomada dos trabalhos está estimado entre R$ 12,5 bilhões e R$ 15 bilhões.
Segundo Albuquerque, a busca de novos parceiros será realizada com a coordenação do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que vai definir o melhor modelo. A expectativa do governo é que a usina entre em operação comercial em 2026.
"Angra 3 começou a ser construída há muito tempo, e já foi investido muito recurso nisso. Neste governo vai-se dar continuidade aos estudos que entenderam haver viabilidade econômica com a atração de investidores para concluir a usina. Vamos atrair para aquela meta de concluir em 2026", afirma o ministro aos jornalistas.
Ele diz que o debate em torno da matriz nuclear tem que ocorrer "sem preconceitos". "Trabalhei muitos anos no programa nuclear da Marinha, tenho um conhecimento que considero denso e não tenho pretensão de dizer o que vale, ou não", completa Albuquerque, que afirma ainda que não vê restrições a um parceiro estrangeiro na finalização da usina. "Não há comprometimento de nenhuma tecnologia sensível dentro da parceria para finalizar Angra 3, é apenas questão de investimentos para concluir as obras".
O ministro defende ainda a permanência da energia nuclear como parte da matriz energética brasileira.
A discussão acerca da retomada das obras da usina remota a junho do ano passado, quando a Eletrobras, juntamente com sua subsidiária, a Eletronuclear, responsável pela operação das usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2 e construção de Angra 3 firmou um memorando de entendimento com a empresa francesa Électricité de France (EDF) para promover cooperação na área nuclear.
O acordo prevê estudos sobre a possibilidade de a EDF colaborar com a retomada e conclusão das obras de Angra 3 e também no desenvolvimento de novas usinas nucleares no Brasil. A validade do memorando é de três anos, podendo ser estendida para até cinco anos.
"Além disso, a companhia francesa contribuirá com sua expertise para a operação de Angra 1 e Angra 2 na prevenção do envelhecimento de materiais, na identificação do risco de obsolescência de equipamentos, em manutenção e em treinamento", disse a Eletrobras na ocasião.
(com Agência Brasil).