Estado de Minas BEM-ESTAR

Já ouviu falar na apiterapia?

Tratamento alternativo usa produtos das abelhas, incluindo as ferroadas


postado em 26/02/2019 12:40 / atualizado em 26/02/2019 13:05

(foto: Pexels)
(foto: Pexels)

Já ouviu falar na apiterapia, que usa vários produtos das abelhas, incluindo as toxinas liberadas pela ferruada para promover ações analgésicas e anti-inflamatórias? A técnica é conhecida há mais de 100 anos, mas só agora foi incorporada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Com isso, a apiterapia passa a integrar as 19 terapias alternativas adotadas pelo Ministério da Saúde. Só no ano passado foram incorporados 10 tratamentos alternativos no SUS.

Entre os principais benefícios dessa terapia alternativa, destaque para o baixo custo e a assertividade, além do equilíbrio ecológico e respeito à natureza. De acordo com a fisioterapeuta Lilian Rosana dos Santos Moraes, da Unicesumar, entre os benefícios do tratamento com produtos das abelhas é verificado o fortalecimento e o equilíbrio do sistema imunológico. "A apiterapia tem como objetivo estimular o organismo a produzir substâncias de defesa para fortalecer o sistema Imunológico, orientando-o a superar suas próprias barreiras de defesa, por meio de uma estimulação apropriada", comenta a especialista.

Embora a terapia das abelhas ainda seja pouco conhecida, a tendência é que a procura aumente, especialmente no tratamento de dores crônicas e inflamações. Vale lembrar que a apiterapia ajuda como complemento para o médico no programa terapêutico do paciente. "A base do trabalho da apiterapia vale-se de vários produtos das abelhas, sendo o principal deles o veneno", afirma a fisioterapeuta.

Mas como o veneno pode ser benéfico? Conforme Lilian Moraes, um dos componentes da toxina da abelha é a melitina, que tem 200 vezes mais potência do que os corticoides sintéticos, além da apamina, que inibe a destruição da mielina, estrutura que circunda os neurônios. Ainda conforme a especialista, a apiterapia é ainda mais eficaz quando se mistura os diferentes produtos das abelhas.

Contraponto

Em 2018, o Conselho Federal de Medicina (CFM) emitiu um comunicado à imprensa após o Ministério da Saúde ter incorporado as 10 novas modalidades de terapias alternativas. O CFM critica o uso dessas ferramentas como forma de tratamento para os brasileiros que buscam atendimento nos postos de saúde. "Tais práticas alternativas não apresentam resultados e eficácia comprovados cientificamente. A decisão de incorporação dessas práticas na rede pública ignora prioridades na alocação de recursos no SUS. A prescrição e o uso de procedimentos e terapêuticas alternativos, sem reconhecimento científico, são proibidos aos médicos brasileiros, conforme previsto no Código de Ética Médica e em diferentes normas aprovadas pelo plenário desta autarquia. Finalmente, o Conselho Federal de Medicina reitera sua cobrança aos gestores do SUS para que adotem medidas que otimizem sua competência administrativa, com a promoção de políticas públicas eficazes e que possam ser acompanhadas por meio de um sistema permanente de monitoramento, fiscalização, controle e avaliação de resultados", diz o comunicado.

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