Na avenida Afonso Pena, entre as ruas Tamoios e Bahia, os prédios Sulacap e Sulamérica, erguidos na década de 1940 e tombados há três anos, devem atrair holofotes nos próximos meses. As edificações protagonizam a Campanha Janela Aberta, lançada na noite desta quarta-feira (aniversário de BH), em outro histórico imóvel, no edifício Acaiaca. A ideia é simples e, ao mesmo tempo, desafiadora: demolir o anexo, imóvel construído na década de 1970, entre as duas torres. "Não chamo nem de anexo, mas de uma anomalia, um invasor", diz o arquiteto e urbanista Gustavo Penna, um dos apoiadores da campanha. "Esse prédio não significa nada para cidade".
Desaparecendo o imóvel, a ideia é trazer de volta à cena da capital a antiga Praça da Independência, área que era vista até a construção do imóvel, também chamado de puxadinho. O vereador Gabriel Azevedo (PHS), um dos idealizadores da campanha, avisa que para que o anexo seja demolido, antes, será necessário comprá-lo. "Queremos arrecadar fundos e adquirir o anexo, que custa cerca de 5 milhões de reais", diz. Na próxima semana será dado o start para um concurso público que vai escolher o projeto que será executado na requalificação do espaço, após a demolição do anexo.
História
As torres do Sulacap e Sulamérica possuem 15 andares cada. Elas foram erguidas no lugar do edifício Sudameris, que abrigava a sede dos Correios – que foi transferida para um imóvel ao lado da prefeitura. O projeto original das torres irmãs é do arquiteto italiano Roberto Capello. Especialistas ressaltam que apesar de ocuparem um quarteirão inteiro, as construções harmonizam com a região, possibilitando ainda vislumbrar o viaduto Santa Tereza..