Após a tragédia do rompimento da maior barragem de rejeitos da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), na última sexta, dia 25 de janeiro, que deixou pelo menos 60 mortos, a mineradora Vale, responsável pela barragem, enviou dois fatos relevantes para a Bolsa de Valores de São Paulo. Os comunicados ao mercado financeiro foram feitos na noite de ontem (27), após reunião extraordinária do conselho adminstrativo da empresa.
O primeiro informa sobre a decisão da justiça de bloquear bens da mineradora no valor total de R$ 11 bilhões, além de determinar que a Vale "adote as medidas necessárias para garantir a estabilidade da barragem VI do complexo Mina do Córrego do Feijão, se responsabilize pelo acolhimento e integral assistência às pessoas atingidas", dentre outras obrigações, informa o comunicado.
Ainda segundo a empresa, ela recebeu sanções administrativas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no valor de R$ 250 milhões, e do governo do estado de Minas Gerais, em R$ 99 milhões.
O segundo comunicado informa sobre a constituição de dois Comitês Independentes de Assessoramento Extraordinário ao conselho de administração. O Ciae de Apoio e Reparação acompanhará as providências tomadas para assistência às vítimase e recuperação da área atingida. O Ciae Apuração se dedicará a buscar as causas e responsabilidades pelo acidente. Ambos serão coordenados e compostos por "maioria de membros externos, independentes, de reputação ilibada e com experiência nos temas de que se ocuparão, a serem indicadas pelo conselho".
O conselho da Vale determinou também a suspensão da política de remuneração aos acionistas, ou seja, o não pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio, bem como deliberações sobre recompra de ações. Além disso, foi suspenso o pagamento da remuneração variável aos executivos.
A Vale encerra o comunicado informando que o conselho de administração "permanece em prontidão e acompanhando a evolução dos eventos relativos ao rompimento da barragem e tomará as medidas adicionais necessárias".
(com Agência Brasil).