BH recebe aprovação para transformar Aeroporto Carlos Prates em bairro

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) apresentou, nesta segunda-feira (2), os detalhes do projeto para transformar a área do antigo Aeroporto Carlos Prates, na região Noroeste da capital mineira, em um novo bairro sustentável. A proposta, aprovada integralmente pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGISP), inclui habitações, equipamentos públicos e espaços culturais e esportivos, sendo 70% das moradias destinadas a famílias de baixa renda.  

Durante um seminário realizado em maio, a comunidade contribuiu com sugestões que foram incorporadas ao projeto. Entre as instalações previstas estão um Centro de Saúde, duas escolas, uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e um restaurante popular com horta. Na área educacional, serão construídos um Centro de Educação Integral e um Centro de Aperfeiçoamento para Profissionais da Educação. Já no âmbito cultural e esportivo, o bairro contará com um Museu da Aviação, um centro cultural, um Centro Esportivo e um Skate Park.  

Além disso, o local terá uma unidade de recolhimento de pequenos volumes com galpão para triagem de materiais recicláveis, reforçando o compromisso com a sustentabilidade.  

Em entrevista ao Diário do Comércio, o subsecretário de Planejamento Urbano, Pedro Maciel, destacou que o objetivo é criar um bairro inovador, alinhado às diretrizes da nova agenda urbana. "A gente quer fazer desse bairro um grande case de sustentabilidade e alinhamento com a nova agenda urbana em nível nacional, com diversidade de uso e a dinâmica de um bairro vivo e moderno, muito alinhado com as diretrizes urbanas e a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Estamos falando de um bairro diferenciado, talvez o mais moderno de Belo Horizonte", afirmou.  

A infraestrutura será projetada com tecnologias sustentáveis, incluindo drenagem eficiente e uso de energia fotovoltaica em equipamentos públicos e residenciais.  

O projeto será financiado por meio de uma parceria entre os setores público e privado, com as unidades habitacionais contribuindo para custear os equipamentos necessários. Estudos econômicos preliminares indicam que o empreendimento será autossustentável, mas os detalhes da modelagem econômica serão definidos nos próximos seis meses.

As intervenções incluem também melhorias na mobilidade urbana, como a interligação da avenida Pedro II com o bairro Padre Eustáquio e ajustes no Anel Rodoviário para facilitar o acesso à região.  

Enquanto o planejamento do novo bairro avança, a PBH já deu início à reforma do parque existente na área, que deve ser concluída ainda este ano. Obras para a construção da Escola Municipal de Educação Infantil e do Centro de Saúde já começaram e têm prazo de 10 meses para entrega. A licitação para a UPA está em andamento, e a construção da Escola Municipal de Educação Fundamental será licitada em breve.

Com 580 mil metros quadrados, o projeto representa um marco no planejamento urbano de Belo Horizonte, combinando habitação social, infraestrutura moderna e sustentabilidade em um dos maiores empreendimentos da cidade.