Um estudo polêmico realizado pela Universidade de Londres e pela King's College, ambas da Inglaterra, aponta que a poluição do ar pode aumentar em 40% o risco de o morador desenvolver demência – problema neurológico associado ao Mal de Alzheimer. A informação foi divulgada pelo jornal britânico The Times.
Os danos causados pelos gases tóxicos em suspensão nas grandes cidades já eram conhecidos, os cientistas britânicos garantem que o ar poluído também afeta diretamente nosso cérebro. Isso seria decorrente de reações químicas geradas por compostos como o dióxido de nitrogênio (NO²), ao entrarem em nosso organismo.
O estudo, publicado no dia 11 de setembro na revista científica BMJ Open, analisou 131 mil londrinos com mais de 50 anos, e descobriu que 2,2 mil deles acabou desenvolvendo demência num período de sete anos.
Apesar do resultado alarmante, os pesquisadores salientam que o estudo não é clínico, ou seja, não ficou comprovada uma ligação causal entre a poluição e a doença degenerativa, mas aqueles que viviam em áreas com níveis elevados de material particulado (partículas minúsculas) tinham 20% a mais de possibilidade de desenvolver demência durante o tempo em que decorreu a investigação.
"Tem aumentado a perceção de que os impactos da poluição do ar na saúde vão além dos pulmões", comenta o pesquisador Frank Kelly, um dos responsáveis pelo estudo, em entrevista ao The Times.
O cientista explica que a nvoa pesquisa surgiu após um outro estudo realizado em 2017, no Canadá, que concluiu que dos 2,2 milhões de pessoas que vivam próximo de estradas movimentadas, 12% tinham maior probabilidade de sofrer com demência.
Além da poluição provocar a doença neurológica, a nova pesquisa aponta que os poluentes também aumentam o risco de desenvolvimento do problema. "A poluição atmosférica está ligada a muitas doenças e por isso existe uma evidência inegável de que devemos melhorar a qualidade do ar nas cidades para melhorar a saúde pública", orienta Frank Kelly..