Um estudo publicado no periódico científico Hormones and Behavior, em maio deste ano, revelou que as mulheres que tomam paracetamol durante a gravidez podem levar à diminuição do QI de seus filhos. Além disso, a pesquisa constata que tomar o medicamento também está associado a um maior risco de apareciemnto do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e de autismo nos pequenos.
Pesquisadores da Universidade de Massachusetts, da Escola de Medicina da Universidade de Harvard, da Icahn Escola de Medicina do Monte Sinai, todas dos Estados Unidos, e da Universidade de Karlstad, da Suécia, revisaram nove estudos que avaliaram 150 mil mamães e bebês.
As descobertas concluem que o equilíbrio dos hormônios no útero é alterado pelo uso de paracetamol, também conhecido como acetaminofeno, que é bastante utilizado no combate à febre e às dores.
Segundo o pesquisador Ann Z.Bauer, um dos autores do estudo, no artigo recém publicado, a exposição ao medicamento é tão comum que as implicações para a saúde pública do risco de redução, mesmo que modesta, no desenvolvimento neurológico são preocupantes.
Um dos estudos analisados encontrou uma queda de três pontos no QI de crianças de 5 anos cujas mães haviam tomado paracetamol para alívio da dor, mesmo que não tivessem febre. Outra pesquisa descobriu que jovens expostos à droga no útero tiveram problemas relacionados à fala. Neste caso, as gestantes que tomam o remédio mais de seis vezes durante a gravidez são significativamente mais propensas a ter filhas com limitação no vocabulário.
A pesquisa também mostra que o analgésico comum pode aumentar o risco de TDAH em até 30%, e até 20% para o autismo, quando ingerido pelas grávidas.
No artigo publicado no Hormones and Behavior, os pesquisadores alertam que não existe nível seguro de consumo do acetaminofeno e que quanto mais prolongada for a ingestão, maiores as chances de se ter problemas neurológicos nos bebês.