A sonda espacial OSIRIS-REx, lançada pela Agência Especial Norte-Americana (Nasa) em 2016, encontrou evidências da presença de água nas rochas do asteroide 101955 Bennu, que tem 560 m de diâmetro.
Membros da missão, que é liderada por cientistas da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, apresentaram a descoberta na reunião anual da União Geofísica Americana (AGU, na sigla em inglês), realizada em Washington (EUA) na última segunda, dia 10 de dezembro.
A OSIRIS-REx foi enviada ao espaço com o objetivo de trazer à Terra uma amostra de materiais da superfície de Bennu. De agosto a dezembro deste ano, a nave viajou os últimos 2,2 milhões de km até alcançar uma distância de 19 km do asteroide no dia 3 de dezembro.
Os dados obtidos pelos espectrômetros da sonda revelam a presença de moléculas que contêm oxigênio e átomos de hidrogênio ligados entre si, mais conhecidos como hidroxilos.
A equipe sugere que os hidroxilos estão contidos nos minerais argilosos de Bennu, e que o material rochoso do asteroide deve ter interagido com a água em algum momento de sua história. Apesar de ser pequeno em termos astronômicos para conter água em estado líquido, a descoberta indica que, no passado, havia o ingrediente básico da vida em seu "corpo-pai" – um asteroide muito maior do qual Bennu se desprendeu.
"Quando amostras desse material voltarem à Terra em 2023, os cientistas receberão um tesouro de novas informações sobre a história e a evolução do nosso Sistema Solar", comenta o cientista planetar Amy Simon, do Centro de Voos Espaciais Goddard, da Nasa, durante o evento da AGU.
O material que compõe a superfície de Bennu é uma mistura de áreas rochosas e outras relativamente lisas, sem a presença de pedregulhos. No entanto, a quantidade de pedras é maior do que o esperado. A equipe fará observações adicionais para avaliar o lugar mais preciso em Bennu onde a coleta de uma amostra pode ser efetuada para, em seguida, a sonda espacial ser enviada de volta à Terra.
(com Agência Sputnik)