Um ano após fraturar o quadril, o risco de morte em idosos aumenta em 33% para homens e 20% para mulheres, e esse perigo continua mesmo durante um período de 10 anos, de acordo com um estudo feito na Austrália e publicado este ano no periódico científico Journal of Clinical Endocrinology & Metabolismo.
"Uma fratura é o ponto de partida para problemas de saúde mais amplos que persistem por muito tempo após a cura e podem resultar em morte prematura", comenta a pesquisadora Jacqueline Center, do Instituto Garvan de Pesquisa Médica, de Sydney, na Austrália, em comunicado enviado à imprensa. "Nós rastreamos o aumento do risco de morte por fraturas em diferentes ossos e descobrimos que eles variam. O risco aumentado pode durar mais de uma década após uma fratura de quadril, e para a maioria das outras fraturas, o risco aumentado é por cerca de cinco anos", completa a cientista.
A pesquisa analisou dados de 21.123 mulheres, com idade média de 72 anos, e 9.481 homens, com cerca de 67 anos, naturais da Dinamarca e que sofreram fratura em 2001 – foram usadas informações do Registro Nacional de Pacientes da Dinamarca. Os tipos de fratura incluíram quadril, fêmur, pelve, vértebras, clavícula, costela e úmero, bem como antebraço, joelho, perna, tornozelo, mão, dedos, pés e dedos. O tempo de risco de morte foi calculado do primeiro diagnóstico de fratura até a data do óbito ou dezembro de 2011.
Segundo os pesquisadores, um terço das mulheres e metade dos homens sofreram uma fratura entre 50 e 64 anos, no antebraço, no quadril ou no úmero. No período de 7,2 anos de acompanhamento dos pacientes, 10.668 mulheres e 4.745 homens morreram.
Os pesquisadores descobriram que as fraturas de quadril, fêmur e pelve estavam associadas à maior incidência de mortalidade.
Ao analisar a persistência do número de mortes pós-fratura, os pesquisadores descobriram que a mortalidade persistiu por mais de 10 anos após a fratura de quadril em homens e mulheres.
"Além disso, a mortalidade observada após a fratura permaneceu significativamente maior do que a mortalidade esperada na população em geral", dizem os cientistas no artigo publicado este ano.