Um grupo internacional de astrofísicos, liderados por pesquisadores da Universidade Nacional de Pesquisas Nucleares da Rússia, descobriu um sinal de fótons (partículas eletromagnéticas) de alta energia emitidos de alguma parte da nossa galáxia entre os dados captados pelo telescópio espacial Fermi, lançado pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) em 2008.
Essa descoberta pode ajudar a entender a origem de neutrinos de alta energia registrados anteriormente pelo observatório IceCube, instalado na estação Amundsen-Scott, localizada na Antártida, segundo informação divulgada pela revista Physical Review-D, da Sociedade Americana de Física (American Physical Society).
Os neutrinos (partículas subatômicas sem carga elétrica) têm capacidade de penetrar onde outras partículas não conseguem passar. Esses elementos de alta energia provenientes costumam ser emitidos por objetos extraterrestres desconhecidos e fornecem informações que não podem ser obtidas com outros métodos de observação.
Analisando os dados obtidos pelo telescópio Fermi, investigadores russos, franceses e suecos descobriram um novo elemento no fluxo de raios gama de alta energia – superior a 300 GeV (Giga electron Volt).
"Quando a energia for superior a 300 GeV, os sinais provenientes das fontes que se encontram fora da nossa galáxia estarão suprimidos devido à absorção da radiação gama no espaço entre as galáxias. No entanto, a radiação gama emitidas dentro da própria galáxia quase não é absorvida. Assim, a fonte do novo elemento deve se encontrar na nossa galáxia", comenta Dmitry Semikoz, um dos autores do estudo, citado pela Physical Review-D.
Segundo o cientista, o estudo avalia dois modelos que explicam a origem dos dados. O primeiro avalia que os neutrinos e a radiação gama são produzidos numa área próxima à galáxia pela interação de raios cósmicos. "No segundo modelo, neutrinos e radiação gama são produzidos graças à desintegração da matéria escura da nossa galáxia", diz Semikoz.
(com Agência Sputnik).