
Um estudo liderado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) da Bahia e de Pernambuco, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Escola de Saúde Pública da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, além de outros parceiros internacionais, demonstrou que as pessoas que possuem anticorpos contra a dengue têm menor probabilidade de serem infectadas pelo vírus da zika.
A revelação de que a imunidade resultante da infeção gerada pelo vírus da dengue protege indivíduos da zika foi obtida a partir do acompanhamento de 1.453 pessoas de Salvador (BA), moradores de uma área em que cerca de 73% dos indivíduos tiveram contato com o vírus zika no surto de 2015/2016. Os resultados foram publicados na revista científica Science.
Os vírus da zika e da dengue compartilham muitas semelhanças genéticas e circulam nas mesmas regiões, além de serem transmitidos pela picada do mosquito Aedes aegypti.
Uma questão-chave em ainda estava em aberto era se os anticorpos que são gerados a partir de uma infecção por dengue poderiam proteger as pessoas ou as tornariam mais suscetíveis a uma infecção por zika. "O estudo é o primeiro a avaliar essa questão e demonstrar que a imunidade à dengue pode proteger contra uma infecção por zika em populações humanas", comenta Federico Costa, professor do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA, em entrevista à Agência Fiocruz.
(com Agência Fiocruz de Notícias)