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Novo composto é capaz de corrigir a perda de memória

Substância criada no Canadá poderá ser usada contra o Alzheimer


postado em 20/02/2019 09:21 / atualizado em 20/02/2019 09:27

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Uma nova substância desenvolvida no Centro de Dependência e Saúde Mental de Toronto, no canadá, promete reverter a perda de memória ligada à depressão e ao envelhecimento. Em testes pré-clínicos, o novo composto não apenas melhorou os sintomas em curto espaço de tempo, como também pareceu reverter as deficiências cerebrais responsáveis pela perda de memória. As descobertas foram apresentadas na última quinta, dia 14 de fevereiro, no Encontro Anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Washington (EUA). A informação é da emissora estatal alemã Deutsche Welle.

"Atualmente não há medicamentos para tratar sintomas cognitivos como a perda de memória gerada pela depressão, por outras doenças mentais e pelo envelhecimento", comenta o cientista Etienne Sibille, um dos responsáveis pelo estudo, citado pela emissora.

De acordo com Sibille, a importância da nova descoberta é o fato de os compostos serem altamente direcionados para ativar os receptores cerebrais debilitados que estão causando a perda de memória.

Para chegar a uma substância eficiente, foram realizados vários estudos – o mais recente publicado em janeiro de 2019 –, de acordo com a Deutsche Welle. Os pesuqisadores identificaram as deficiências específicas dos receptores celulares cerebrais no sistema de neurotransmissores Gaba – principal inibidor no sistema nervoso central.

As moléculas foram desenvolvidas para se conectar e ativar o alvo receptor. A ideia é que elas exerçam um efeito terapêutico ao "consertar" a deficiência e, com isso, levar a uma melhora nos sintomas.

Os novos compostos são derivados da benzodiazepina, classe de medicamento ansiolítico e sedativo que também ativa o sistema neurotransmissor Gaba, mas que não é capaz de ser direcionada.

No estudo do Centro de Dependência e Saúde Mental, uma única dose das novas moléculas foi administrada em modelos pré-clínicos com perda de memória induzida por estresse. Trinta minutos depois, o desempenho da memória retornou aos níveis normais – experimento foi repetido mais de 15 vezes, de acordo com a emissora alemã.

Em outro experimento que envolveu testes pré-clínicos em animais idosos, os declínios de memória foram rapidamente revertidos, e o desempenho aumentou para 80% após a administração do novo composto. Os níveis atingidos foram semelhantes aos normalmente vistos na juventude ou nos estágios iniciais da vida adulta. Depois de dois meses de tratamento, os cientistas descobriram que as células que haviam encolhido nos animais cresceram.

"As células envelhecidas se recuperaram e aparentavam ser da mesma forma que as células jovens do cérebro. Isso mostra que nossas novas moléculas podem modificar o cérebro em complemento à melhora de sintomas. Mostramos que nossas moléculas entram no cérebro, são seguras, ativam as células-alvo e invertem o déficit cognitivo da perda de memória", afirma Etienne Sibille à Deutsche Welle.

A droga poderá ser ingerida em forma de pílula diária para pessoas com mais de 55 anos. Caso o teste em humanos seja bem sucedido, as potenciais aplicações são inúmeras, ainda mais porque não há um tratamento para os déficits cognitivos relacionados a doenças mentais. Além disso, o novo composto pode se mostrar uma ferramenta de prevenção da demência causada pelo Mal de Alzheimer.

(com Deutsche Welle)

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