Revista Encontro

Curiosidade

Quem gosta do sabor amargo tem cérebro mais complexo

Isso é o que mostra um estudo recém publicado

João Paulo Martins
- Foto: Pexels

Um grupo de cientistas americanos e australianos descobriu que as pessoas que não são tão afetadas pelo sabor amargo possuem uma estrutura cerebral mais pronunciada. Os resultados foram publicados no periódico científico Behavioural Brain Research no dia 28 de janeiro.

No estudo, mais de 1,6 mil participantes da Austrália e dos Estados Unidos tiveram de provar bebidas doces e amargas e avaliar o grau de intensidade do sabor percebido por eles. Os que tinham estrutura cerebral mais complexa sentiram o quinino (ingrediente usado na água tônica) mais palatável. Esse componente foi escolhido por ser uma excelente indicador de amargor, segundo afirmam os cientistas.

Além de fornecer o grau de percepção da bebida, os voluntários também passaram por exame de tomografia computadorizada, para medição das regiões cerebrais ativadas pelo sabor.

"Queríamos saber por que gostamos de certos alimentos e por que alguns indivíduos têm preferências por sabores amargos ou doces. Não sabíamos se o tamanho do cérebro afetava outra coisa senão o QI de uma pessoa, mas, agora, podemos mostrar que isso também se relaciona com a forma como percebemos a comida e a bebida", comenta o pesquisador Daniel Hwang, da Universidade de Queensland, na Autrália, co-autor do estudo, em entrevista ao portal australiano 10 Daily.

Mas isso não quer dizer que os apaixonados por gin tônica sejam mais inteligentes que os demais. "No estudo, conseguimos associar o volume da região cerebral intitulada córtex entorrinal, no hemisfério esquerdo, à percepção de amargor. Mas não sabemos se a mesma região está ligada à inteligência", diz Hwang..