Lembra do filme Armageddon (1998), estrelado por Bruce Willis (Duro de Matar) e Ben Affleck (Argo)? Nele, uma missão suicida da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) é enviada a um cometa de 650 km² que está em rota de colisão com a Terra. Na ficção, o objeto é destruído por bombas nucleares e o planeta fica a salvo. Porém, segundo um estudo publicado na edição de março da revista científica Icarus, os asteroides existentes em nosso Sistema Solar e que podem representar uma ameaça ao planeta Terra são mais resistentes, duros e difíceis de serem destruídos do que se pensava até então.
A pesquisa, realizada pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, usou um moderno método computacional para simular as colisões de asteroides e entender as fraturas das rochas espaciais.
"Nós costumávamos acreditar que quanto maior o objeto, mais fácil seria quebrá-lo, porque os objetos maiores seriam mais propensos a falhas. Nossos resultados, no entanto, mostram que os asteroides são mais fortes do que costumávamos pensar e exigem mais energia para serem completamente destruídos", comenta o pesquisador Charles El Mir, do departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Johns Hopkins, principal autor do estudo, em conversa com o site Phys.org, especializado em notícias científicas.
Junto com os colegas K.T. Ramesh e Derek Richardson, El Mir usou um modelo computacional chamado Tonge-Ramesh, que representa de forma mais detalhada e em menor escala os processos que são registrados numa colisão de asteroides. A simulação foi dividida em duas fases, sendo a primeira etapa de fragmentação a curto prazo e a segunda de reacumulação gravitacional num período mais longo.
"Nossa pergunta era quanta energia seria necessária para destruir um asteroide e parti-lo em pedaços", afirma Charles El Mir ao site especializado.
Os resultados obtidos por meio do novo modelo mostram que um objeto espacial não pode ser quebrado completamente numa colisão forçada, contradizendo o que se sabia anteriormente. Neste caso, o asteroide que sofreu o impacto termina com um grande núcleo danificado, que acaba exercendo uma forte atração gravitacional sobre os fragmentos restantes – isto foi comprovado na segunda fase da simulação.
Portanto, a equipe descobriu que o resultado do impacto não gera apenas uma pilha de entulhos ou fragmentos frágeis unidos pela gravidade. Em vez disso, o asteroide impactado acaba retendo uma força significativa porque não se rachou completamente, indicando que mais energia é necessária para destruir um grande corpo celeste.
"Pode parecer ficção científica, mas muitas pesquisas levam em consideração as possíveis colisões de asteroides.
Confira, abaixo, a simulação da tentativa fracassada de destruição do asteroide:
(com Agência Sputnik).