Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores instituição paulista fizeram testes com neurônios cultivados in vitro, que foram propositalmente expostos ao novo coronavírus. Assim, os cientistas conseguiram observar que o micro-organismo causador da covid-19 conseguiu penetrar nas células, que constituem 10% do tecido nervoso humano.
"A primeira parte do trabalho era ver se o vírus pode entrar nessas células. A resposta é sim, os vírus entram nos neurônios. O que a gente vai fazer agora é o uso das ferramentas de química analítica que a gente tem e, com uma técnica chamada espectrometria de massas, a gente consegue monitorar moléculas nas células, como proteínas, metabólitos e como os lipídios, por exemplo, que são as moléculas de gordura", explicou o professor do Instituto de Biologia da Unicamp Daniel Martins-de-Souza, em entrevista à Agência Brasil.
Nessa segunda parte revelada pelo professor, os pesquisadores devem conseguir descobrir e entender possíveis consequências causadas pelo novo coronavírus ao infectar os neurônios. "Esse é o segundo passo e o mais importante do nosso trabalho", ressaltou Daniel Martins-de-Souza, ainda à agência de notícias federal.
Ele fez questão de destacar que ainda é cedo para conclusões clínicas, mas afirmou que se o coronavírus é capaz de penetrar nas células cerebrais, isso pode representar mais riscos às pessoas infectadas. Ainda segundo o professor, a anosmia (perda de olfato), um dos sintomas iniciais da infecção, é um indício de que pode haver problema neurológico decorrente do novo coronavírus. Outro fato preocupante citado por Daniel Martins-de-Souza é que exames pós-morte tem apontado lesões cerebrais em pacientes que foram a óbito por covid-19.
(Com informações da Agência Brasil)
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