Muitos pais sofrem quando a criança deixa o período da amamentação e passa a ser introduzida na alimentação tradicional. Segundo a pediatra e alergista Priscila Moraes, do aplicativo Docway, o recomendado é que as crianças a partir dos 6 meses de idade comecem a ingerir alimentos sólidos. Nessa etapa os pequenos já conseguem sentar, pegar objetos e levá-los à boca. Além disso, o intestino está mais maduro para receber as refeições sólidas, fazendo uma melhor digestão e evitando a constipação (prisão de ventre).
Em relação aos tipos de alimento naturais que podem ser introduzidos à dieta das crianças, não há nenhuma restrição, segundo a especialista. "Diferente do que se pensava antigamente, o ovo deve ser oferecido desde o início da introdução alimentar, pois atrasar seu consumo pode favorecer o aparecimento de alergias, o mesmo serve para o peixe, que pode ser oferecido nos primeiros meses", comenta a pediatra. Já em relação aos preparos industrializados, como doces e temperos prontos, há ressalvas, de acordo com Priscila. O ideal, afirma a méica, é não permitir que a criança consuma esse tipo de produto até completar dois anos.
Priscila Moraes cita os grupos de alimentos sugeridos na introdução alimentar dos pequenos: cereais, tubérculos e raízes (arroz, milho, batata, inhame e mandioquinha); carnes em geral; leguminosas (feijão, grão de bico, ervilha, lentilha e soja); e legumes e verduras.
A pediatra cita três métodos para os pais introduzirem alimentos sólidos na dieta dos filhos:
Tradicional
Este método corresponde à conhecida papinha, oferecida com colher e amassada. A partir dos 8 meses de idade, ela ppode ser servida com pequenos pedaços.
BLW (Baby-Led Weaning)
Consiste na oferta de alimentos em pedaços, tiras ou bastões. Em geral, não inclui alimentação com colher e nenhum método de adaptação de consistência no preparo da refeição, como amassar, triturar ou desfiar. A abordagem encoraja os pais a confiarem na capacidade da criança de se alimentar sozinha, sem interferências.
Participativa
Neste caso, o bebê é o agente ativo do processo, porque ele mesmo escolhe o alimento que vai comer. Porém, é assistido pelos pais, que intermediam as preferências e ajudam enquanto ele não tem habilidade ou eficiência na ingestão adequada dos nutrientes.
A médica lembra que não há um método que seja mais indicado que o outro, mas o interessante é que haja uma mescla deles. "O ideal é que o bebê receba os alimentos amassados oferecidos na colher, mas também experimente com as mãos, para explorar as diferentes texturas dos alimentos, como parte natural de seu aprendizado sensório motor", afirma Priscila Moraes.
Finalmente, a médica dá algumas dicas para que a introdução alimentar seja algo prazeroso e divertido:
- Faça um prato colorido, deixando a criança identi%uFB01car o que é cada alimento, conhecer as texturas, os cheiros e os sabores
- Mesmo que a criança rejeite algum produto, não desista. É preciso que ela prove várias vezes mesmo que não goste no começo
- Não use liquidi%uFB01cador nem peneira. O processamento quebra as %uFB01bras e aumenta a chance de constipação intestinal. Já o ato de peneirar faz com que o alimento perca a consistência, o que facilita a seletividade alimentar mais tarde
- Não dê açúcar e industrializados aos bebês, especialmente até os 2 anos. O paladar da criança pode viciar no sabor açucarado e dos condimentos, aumentando o risco de obesidade e desnutrição
- Evite o uso de dispositivos eletrônicos durante as refeições. A distração faz com que a criança perca o apetite e não preste atenção no que está comendo
- Faça a introdução alimentar algo divertido. Não force, não exija que a criança coma tudo, seja %uFB02exível