Quando a pessoa passa a ter a sensação constante de que tudo que conquista na vida é fruto da "sorte", e que os colegas são sempre superiores e exercem um trabalho melhor, pode estar sofrendo com a Síndrome do Impostor.
Segundo um levantamento da Universidade Dominicana da Califórnia, nos Estados Unidos, o problema pode atingir cerca de 70% dos profissionais bem-sucedidos. Por isso é importante tratar o transtorno de maneira adequada para trazer de volta a confiança e a qualidade de vida do paciente. A psicóloga Sônia Eustáquia da Fonseca esclarece que os sintomas da Síndrome do Impostor são antigos, mas a doença só ganhou esse nome recentemente e ainda é confundida com outras condições.
Confrorme a especialista, o problema possui vários sinais, mas a impressão de que todas as conquistas tratam-se de uma fraude é o principal sintoma. "Frente ao sucesso uma pessoa pode sentir muita ansiedade e, de forma inconsciente, até 'boicotar' o seu percurso. Se torna mais evidente em situações onde as pessoas são medidas e avaliadas de alguma forma. Quanto maior a exposição do sucesso, mais a pessoa fica suscetível a ter os sintomas", diz a picóloga.
Sônia Fonseca conta que diversos estudos mostram que a doença acomete principalmente mulheres e jovens. "A maioria das pessoas com o transtorno geralmente são honestas, competentes e merecedoras reais do sucesso. Porém, também há aquelas que se envolvem em processos ilícitos para conseguirem o que desejam. Quando o quadro da doença começa a se desenvolver é muito comum sentir medo, insegurança, preocupação. E tudo isso pode afetar as relações sociais, familiares e, até mesmo, a sexualidade", afirma.
A especialista orienta as vítimas a procurarem ajuda especializada o mais breve possível. "A melhor forma de tratamento é por meio de acompanhamento adequado. O psicólogo poderá avaliar o caso e indicar o melhor método parar auxiliar na cura, podendo variar entre somente terapia ou, dependendo do grau da doença, o uso de alguns medicamentos", diz Sônia.
Ao mesmo tempo, a melhor forma de prevenir a síndrome, de acordo com a psicóloga, é pelo autoconhecimento. As pessoas devem saber lidar com as próprias limitações e compreender que é merecedor das conquistas que recebe.