Estado de Minas SAÚDE

Aids está crescendo entre mulheres acima de 60 anos

O principal motivo é a prática de sexo sem proteção


postado em 15/01/2019 09:30 / atualizado em 15/01/2019 09:42

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids), vem crescendo o número de mulheres aidéticas na faixa de 15 a 19 anos e também acima dos 60. Na última década, no Brasil, foi registrado um aumento de 103% no número de casos de Aids entre pessoas idosas, conforme dados do Ministério da Saúde.

"Infelizmente, hoje, muitas pessoas estão deixando de se preocupar com a Aids e não usam camisinha durante o ato sexual. O crescimento da Aids entre adolescentes mostra a inconsequência de não usar preservativo durante o sexo. O mesmo ocorre entre as idosas com mais de 60 anos. Praticar sexo depois dos 60, dos 70 anos, exige os mesmos cuidados indicados aos mais jovens. É importante que todas as mulheres conversem com seus parceiros sobre o uso de preservativo", alerta a ginecologista Juliana Pierobon, da Altacasa Clínica Médica, de São Paulo (SP).

De acordo com a especialista, mulheres no pós-menopausa, muitas vezes, deixam de usar o preservativo por não correrem mais o risco de engravidar e isso acaba abrindo as portas para as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como a Aids. "Além de serem de uma geração anterior à Aids e, por isso, muitas não têm o hábito de exigir o preservativo, ainda existe a questão da não gravidez. Por isso o índice de mulheres com HIV após os 60 anos tem crescido tanto", afirma a médica.

Como a modernidade também prolongou a vida sexual das pessoas, o uso de preservativo, seja ele masculino, seja feminino, é fundamental em todas as relações, principalmente nas casuais. É uma questão de hábito e adaptação.

A ginecologista lembra que os cuidados devem ser permanentes e que o uso de proteção na hora do atos exual é fundamental também entre duas pessoas portadoras do vírus HIV, já que as mutações e resistências do miro-organismo são diferentes, de acordo com cada organismo. "A infecção acontece por meio de uma quantidade pequena de vírus, que sofre mutações. O sistema imune pode eliminar alguns desses vírus modificados e manter aquela mutação que mais se adaptou ao corpo. Ao fazer sexo sem preservativo com outra pessoa soropositiva e com o vírus ainda detectável, há o risco da transmissão de um subtipo de vírus mais resistente", explica Juliana Pierobon.

O vírus da Aids infecta células do sistema imunológico, destruindo ou prejudicando o funcionamento delas. Com isso, há uma progressiva deterioração das defesas do paciente, facilitando o surgimento de outras infecções e problemas de saúde, quando não há o devido tratamento. O vírus pode ser transmitido pelo sangue, sêmen, secreção vaginal, no ato sexual ou ao compartilhar agulhas e seringas com alguém que tenha o HIV.

Além de manter hábitos que tornam o sexo seguro, é preciso fazer exames de sangue periódicos para a detecção precoce do vírus, em caso de contaminação. O diagnóstico pode ser feito na rede pública de saúde, de forma gratuita, e o resultado é seguro e sigiloso.

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