Revista Encontro

Psicologia

EMDR é usado no tratamento das fobias

Entenda essa técnica criada por uma psicóloga americana

Da redação com assessorias
- Foto: Pexels

Muito comuns em climas tropicais como o nosso, baratas, ratos e a aranhas surgem em quase todos os lugares, se não forem tomadas as devidas providências sanitárias. Além do risco de transmissão de doenças, esses animais também são famosos por causar medo em muita gente, especialmente em quem sofre com fobia.

Estimativas apontam que cerca de 40% da população mundial tem alguma fobia relacionada a insetos ou outros animais. "Você já teve que restringir sua escolha por algum apartamento ou casa por medo de se deparar com uma aranha? Confrontar esse inseto te causa reações físicas e comportamentais de fuga e evitação? Se a resposta for positiva, significa que você tem fobia", comenta a psicóloga Ana Lúcia Castello.

Para quem sofre com esse problema, a especialista recomenda o tratamento com o médoto EMDR, criado pela psicóloga americana Francine Shapiro em 1987, e que é empregado em casos de transtorno de estresse traumático e pós-traumático, quadros de ansiedade, depressão, fobias, síndrome do pânico, entre outros.

O diferecial da técnica, segundo Ana Lúcua, é sua atuação na origem dos sintomas de um ou mais acontecimentos na vida da paciente que são registrados por meio de imagens, crenças, emoções e sensações corporais.

No tratamento com EMDR, é utilizado um protocolo de oito fases que deve ser seguido à risca para que o paciente tenha acesso a todos os pilares da memória que são necessários para reprocessar os traumas (imagens, crenças negativas, emoções e sensações corporais). A psicóloga esclarece que, ao se aplicar o estímulo visual, auditivo e/ou tátil no tratamento de EMDR, há a dessensibilização e o reprocessamento das experiências negativas. Com isso, é dado um "pontapé inicial" no mecanismo que restaura a capacidade de processamento do sistema, permitindo a busca de informações em outras redes neurológicas onde a vítima pode encontrar o que precisa para compreender o que aconteceu naquele momento traumático.

"Cada série de movimentos continua soltando a informação perturbadora e acelera essa informação por meio de um caminho adaptativo até que os pensamentos, sentimentos, imagens e emoções tenham se dissipado e sejam espontaneamente substituídos por uma atitude positiva", afirma Ana Lúcia Castello.

Quando a pessoa passa pelo processo terapêutico, adquire uma consciência emocional que permite o acesso consciente de todo o abuso que viveu neste relacionamento, conseguindo direcionar sua vida para resgates significativos de suas características potenciais de vida.

"O paciente é incentivado a se lembrar da situação ou sensação traumática, e lhe ajudamos a mexer os olhos de determinada maneira, que o cérebro recebe a ajuda necessária para processar o fato e arquivá-lo de uma forma funcional", afirma a especialista. Assim, perde-se a carga negativa associada ao evento. "Muitas pessoas relatam que a sensação da lembrança foi de fato colocada no passado, e que já não se incomodam mais ao de deparar com uma aranha, barata ou qualquer outro bicho", completa a psicóloga..