Revista Encontro

Agronegócio

Expectativa de safra recorde de soja no Brasil

A projeção é de 80 milhões de toneladas em 2018

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- Foto: Pixabay

Os exportadores de soja em grãos têm bons motivos para comemorar o desempenho do setor ao longo de 2018, mantendo-se na liderança do ranking internacional, posição que vem sendo alternada com os Estados Unidos. A projeção é a de atingir, no fechamento do ano, 80 milhões de toneladas do grão, número que ainda pode ser acrescido em mais dois milhões de toneladas. Caso se confirme, o Brasil terá exportado uma quantidade 19,4% superior à do ano passado, quando foi de 67 milhões de toneladas.

Esse volume superou as expectativas do setor, que projetava algo em torno de 70 milhões de toneladas, de acordo com Sergio Mendes, diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais. À Agência Brasil, ele comenta que, além do câmbio favorável e dos bons preços na cotação dessa commoditie, o resultado, sem dúvida, sofreu a influência da sobretaxa chinesa à soja americana.

Apesar disso, o executivo destaca que "o Brasil é competitivo em qualquer situação e não precisa que os Estados Unidos tenham problemas comerciais com a China", se referindo às negociações com o grão. Mendes diz que, sozinho, os chineses consomem 80% da soja exportada e os 20% restante seguem para outros países asiáticos e parte da Europa.

Para o próximo ano, ele acredita que o setor continuará obtendo bons resultados, mas avalia ser difícil fazer qualquer projeção justificando que tudo vai depender do comportamento do mercado. "Vamos crescer em 3% na produção, mas precisamos esperar um pouco mais para estimar se as exportações poderão crescer também", comenta Sergio Mendes.

Para o diretor, a expectativa é de que seja mantida a política de desoneração do setor por meio da Lei Kandir, já que, uma eventual revogação seria "uma burrice e uma verdadeira maldição" porque o Brasil só se tornou competitivo nesse setor justamente pelos incentivos fiscais.

Mendes também aproveitou para queixar das desvantagens de custo com seu maior competidor no mercado internacional, apontando que o país gasta por tonelada US$ 40 (cerca de R$ 154) a mais do que os Estados Unidos para embarcar a mercadoria.

(com Agência Brasil).