Na sexta-feira da próxima semana, dia 23 de novembro, muitas lojas do Brasil vão aderir à campanha de descontos chamada Black Friday, uma ação do varejo que surgiu nos Estados Unidos e que promete, durante o dia inteiro, oferecer descontos significativos em vários produtos. As promoções valerão tanto para lojas físicas quanto para os sites. Entretanto, o consumidor deve ficar atento para não ser enganado por fornecedores que maqueiam os preços, simulando uma redução que, na prática, não existe. Isso acabou gerando o apelido de "black fraude" no país.
O Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) preparou algumas dicas para que o cliente evite cair em golpes. Segundo o advogado Marcelo Barbosa, coordenador do Procon da ALMG, a Black Friday é uma oportunidade para que lojistas provem a capacidade de manter uma relação comercial transparente com os consumidores, oferecendo descontos reais nos produtos anunciados. "Nenhum comerciante é obrigado a participar da Black Friday, mas os que participarem devem fazer por merecer a confiança de seus clientes", diz Barbosa, citado em matéria divulgada no site da assembleia. Ele lembra que os órgãos de defesa do consumidor estão atentos e que "qualquer abuso detectado será prontamente combatido com os instrumentos previstos pela legislação [Código de Defesa do Consumidor]".
Abaixo, o Procon Assembleia dá dicas para o consumidor evitar a "black fraude":
- Não faça compras por impulso. Analise seu orçamento; reflita se você realmente precisa daquilo; avalie se a compra não vai desequilibrar as contas
- Aproveite os dias anteriores para pesquisar o preço do produto que pretende adquirir, bem como as condições de pagamento disponibilizadas pelos diversos fornecedores. No dia 23, confira se o produto faz parte da Black Friday e compare o preço com os que você coletou
- Pesquise o preço em estabelecimentos diferentes e faça a comparação
- Confira se o produto que deseja adquirir existe de fato no estoque da loja. Há registros de casos em que o consumidor comprou um artigo pelo preço promocional mas a loja não entregou alegando falta de estoque. Se isso acontecer, o Procon lembra que existem três opções: exigir o cumprimento da oferta; aceitar um outro produto pelo mesmo preço pago; ou receber de volta o dinheiro que pagou
- Cuidado com sites falsos. Eles são praticamente idênticos aos originais. Suspeite de ofertas muito tentadoras. Em caso de dúvida, ligue para o serviço de atendimento ao consumidor da empresa e confira se o preço praticado é aquele mesmo
- Evite os anúncios exibidos nas redes sociais. Em 2016, o Procon Assembleia detectou uma oferta de TV por menos da metade do preço normal, supostamente publicada por uma grande loja de varejo. Uma ligação para o SAC da empresa foi o suficiente para comprovar que se tratava de uma fraude
- Evite também acessar sites que são enviados por e-mail ou SMS
- Grave todas as telas e comunicações eventualmente realizadas com o fornecedor do produto ou serviço e guarde todos os dados da compra, como o nome do site, produtos pedidos, valor pago, forma de pagamento, data de entrega do produto e número de protocolo da compra ou do pedido, se houver
- O site da loja deve conter o nome da empresa, endereço físico e demais informações necessárias para que o fornecedor possa ser localizado e contatado. O Procon Assembleia recomenda ligar para confirmar todos os dados
- Verifique se o site é seguro: no momento da transação, confira se no canto inferior da tela há um cadeado ou chave. Atualize seu programa antivírus, bem como os programas de monitoramento contra spywares e o software de firewall
- Forneça apenas os dados solicitados pelo site durante a transação, nada mais
- Fique atento à reputação do vendedor. Verifique depoimentos, reclamações e as avaliações da empresa. Os sites Reclame Aqui e Consumidor.gov.br são boas fontes para essas informações
- Direito de arrependimento: nas compras online, o consumidor pode desistir da compra no prazo de sete dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço
- Não faça compras ou qualquer operação bancária utilizando computadores de lan houses ou cybercafés. Eles podem conter programas maliciosos que furtam números de cartões de crédito e senhas
- Não se impressione com aqueles cronômetros enormes em contagem regressiva informando que a promoção está acabando. Isso é apenas uma pressão para que você compre logo, sem pensar muito
- Em caso de reclamação ou dificuldade, procure o Procon de sua cidade
(com portal da ALMG)