Pela sexta vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) não alterou os juros básicos da economia, a taxa Selic. Por unanimidade, o Copom manteve os juros em 6,5% ao ano, na última reunião do ano, realizada na última quarta, dia 12 de dezembro. A decisão era já esperada pelo mercado financeiro.
Com a manutenção da Selic, a taxa continua no menor nível desde o início da série histórica do BC em 1986. De outubro de 2012 a abril de 2013, os juros foram mantidos em 7,25% ao ano e passaram a ser reajustados gradualmente até alcançarem 14,25% ao ano em julho de 2015. Em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir a taxa até que chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018.
Em comunicado enviado à imprensa, o Copom informa que aumentou o risco de a ociosidade da economia brasileira, a inflação se mantém em níveis baixos e que diminuiu o risco da não aprovação de reformas estruturais. Ainda segundo o texto, o cenário internacional continua desafiador para os países emergentes, com a possibilidade de alta de juros em países avançados e de agravamento de tensões comerciais.
Em maio, o BC interrompeu a sequência de quedas da Selic e manteve a taxa em 6,5% ao ano, numa decisão que surpreendeu o mercado financeiro. Na ocasião, o Copom alegou que a instabilidade internacional, que se manifestou na valorização do dólar nos últimos meses, influenciou a decisão.
Vale lembrar que a Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula inflação de 4,05% nos últimos 12 meses, abaixo do centro da meta, que é de 4,5%.
Até 2016, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelecia meta de inflação de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos, podendo chegar a 6,5%. Para 2017 e 2018, o CMN reduziu a margem de tolerância para 1,5 ponto percentual. A inflação, portanto, não poderá superar 6% neste ano nem ficar abaixo de 3%.
(com Agência Brasil).