Estado de Minas IMPOSTO

Tabela do IRPF está mais de 95% defasada

Isenção teria de ser até R$ 3.689,93, diz Sindifisco Nacional


postado em 15/01/2019 08:28 / atualizado em 15/01/2019 08:30

(foto: Pexels)
(foto: Pexels)
De acordo com um levantamento feito pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional) e divulgado na última segunda, dia 14 de janeiro, a defasagem na tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) chega a 95,46%. O dado leva em conta a diferença entre a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulada de 1996 a 2018 e as correções da tabela realizadas pela Receita Federal no mesmo período.

Conforme a entidade, em comunicado enviado à imprensa, caso a tabela tivesse sido integralmente corrigida, os contribuintes que ganham até R$ 3.689,93 seriam isentos de Imposto de Renda. Atualmente, a isenção vigora para quem recebe até R$ 1.903,98 por mês – pouco mais de dois salários mínimos.

No comunicado, o Sindifisco lembra que o atraso na correção da tabela leva a um efeito cascata que não apenas aumenta o imposto descontado na fonte como diminui as deduções. De acordo com o levantamento, a dedução por dependente, hoje em R$ 189,59 por mês (R$ 2.275,08 por ano), corresponderia a R$ 370,58 por mês (R$ 4.446,96 por ano) caso a tabela tivesse sido integralmente corrigida. O teto das deduções com educação, de R$ 3.739,57 em 2018, chegaria a R$ 6.961,40 sem a defasagem na tabela.

Desde 2015, a tabela do IRPF não sofre alterações. De 1996 a 2014, a tabela foi corrigida em 109,63%. O IPCA acumulado, no entanto, está em 309,74%. De acordo com o Sindifisco Nacional, a falta de correção na cobrança do imposto prejudica principalmente os contribuintes de menor renda, que estariam na faixa de isenção, mas são tributados em 7,5% por causa da defasagem.

(com Agência Brasil)

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