O mercado financeiro e os demais setores da economia aguardam a aprovação da Reforma da Previdência ainda este ano, para que o Brasil volte a crescer de forma mais acentuada. Isso o que mostra uma pesquisa feita pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) Brasil realizada com 550 presidentes e diretores de empresas brasileiras de todos os portes e segmentos. O otimismo do setor privado na aprovação das reformas está alto. Segundo o levantamento, a área que os executivos mais sentem confiança em relação ao novo governo a econômica (61%), com expectativa de aprovação de reformas como a previdenciária e a tributária.
A maioria dos empresários ouvidos pela Amcham Brasil acredita que a Reforma da Previdência deve ser aprovada este ano, mas com ressalvas. A reforma é possível para 63% deles, que acreditam ainda na aprovação de um projeto que não consiga abarcar todos os setores da sociedade, mas que ainda assim terá um impacto positivo nas contas do governo.
"O clima é de otimismo. Detectamos que os empresários brasileiros estão confiante na capacidade do governo de conduzir o comunicar os motivos da reforma e os efeitos que pretendem ser alcançados", comenta Devorah Vieitas, CEO da Amcham Brasil, em comunicado enviado à imprensa. A Câmara Americana de Comércio reúne cinco mil empresas no país, distribuídas em 15 cidades, sendo 85% delas de origem brasileira.
A aprovação de uma reforma estrutural e ampla, que consiga abarcar todos os setores – incluindo militares e demais servidores públicos –, até o final do ano, foi citada por 20% dos entrevistados. Só 16% acham que a reforma ainda enfrentará certa resistência para ser aprovada, provavelmente não sendo implantada até o fim do ano.
Mas, para a reforma sair este ano, vai ser preciso uma grande capacidade de articulação do governo com o Congresso. Para os empresários, o tema demanda foco do novo governo. O fator crucial para que o presidente Jair Bolsonaro possa passar o texto, pelo menos para 32% dos empresários ouvidos pela Amcham Brasil, é manter a defesa e o debate da proposta, assumindo a condução da disputa sobre pontos com menores concessões (ex: militares e servidores públicos).
Mas 30% responderam que o fator decisivo será o protagonismo do presidente na discussão, direcionando seu capital popular para essa pauta estratégica e abrindo mão temporariamente de temas de grande popularidade. Outros 29% acham que é importante dialogar mais com o Congresso, com envolvimento de todas as lideranças partidárias para aprovação da reforma, pausando temporariamente o discurso bélico contra opositores.
Só 9% responderam que, antes do grande teste da Previdência, o governo deve priorizar a aprovação de outras pautas, testando e mapeando as alianças costuradas e números de votos conquistados..