Também chamado de Santo Daime, o chá de ayahuasca – na linguagem quechua, aya significa espírito ou ancestral, e huasca quer dizer vinho ou chá – é uma bebida alucinógena muito comum no Brasil e em alguns países latinoamericanos, especialmente entre os indígenas. Normalmente preparado por meio da mistura do cipó-mariri (Banisteriopsis caapi) e da chacrona (Psichotria viridis), esse chá atrai muitos curiosos, como o ator Fábio Assunção, de 47 anos.
Durante o período do Carnaval, o artista da Rede Globo decidiu fazer um "retiro espiritual" na aldeira Morada Nova, em Feijó, no Acre, de acordo com informação divulgada pelo site local ContilNet. Na última quarta, dia 6 de março, Fábio participou de um ritual que envolvia banho de ervas e a ingestão do chá de ayahuasca. Além disso, ele também experimentou a famosa zarabatana com rapé (espécie de tabaco torrado e moído), que também ajuda a "limpar a alma".
"Em nenhum momento ele demonstrou tristeza. Era só alegria, principalmente com as crianças. É uma pessoa afável, amiga, humilde e de bom coração”, relatou o cacique à publicação. Ele disse que queria conhecer a cultura da tribo", revela o cacique Carlos Brandão, em entrevista para o ContilNet. Aliás, existem fotos que comprovam a participação do artista nas cerimônias da aldeia Morada Nova.
Apesar de causar polêmica devido aos efeitos alucinógenos, a ayahuasca é tida como uma cultura por seus praticantes e pelos nativos.
O uso da bebida pelos nativos seria uma forma de "elevar a alma" e entrar em contato com as forças sobrenaturais que regem a natureza.
Apesar de parecer inofensivo, o Sainto Daime contém DMT (n-dimetiltriptamina, present também no ecstasy e na heroína) e inibidores da monoamina oxidase. São substâncias que agem no sistema nervoso central promovendo visões psicodélicas e euforia. "O grande problema é que não é possível prever quem terá problemas psiquiátricos após beber o chá ou quem ficará viciado. Claro que algumas pessoas, por seu histórico médico ou familiar, já têm predisposição, mas qualquer um pode ser afetado. É uma questão de genética e vulnerabilidade sobre a qual ainda não temos um conhecimento sólido", alerta o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em entrevista à revista Veja.
No caso do ator Fábio Assunção, vale lembrar que ele já enfrenta problemas com bebidas alcoólicas e revelou em entrevistas que foi viciado em drogas e que frequentou os Alcoólicos Anônimos (AA) em 2008..