Essas questões vieram à tona no final de maio, com a história da professora de uma creche municipal de Vespasiano (MG) que teria dificultado a respiração de um aluno autista de 5 anos, o que gerou comoção e até revolta. Segundo os pais da criança, após alterações no comportamento do filho, eles descobriram que a professora teria tapado boca e nariz dele por alguns instantes por ele estar falando demais.
A profissional, que foi afastada pela Secretaria de Educação do município e pode até ser demitida, teria admitido o fato, alegando que o aluno falava muito em morrer, e então ela apenas quis mostrar a ele a "sensação de morte".
Autora do livro "O Mundo não vai mudar porque seu filho tem autismo", Rayene Reis não discorda de que o caso seja passível de alguma punição, mas ela pondera que, para se tomar essa decisão, é preciso levar em conta a capacitação que essa professora recebeu e a estrutura oferecida pelo poder público para lidar com esses casos.
Mãe de uma menina autista de 5 anos, Rayene pesquisou, buscou ajuda e conhecimento para lidar com filha quando ela foi diagnosticada, com apenas um ano e nove meses. Como resultado de seu esforço, ela conseguiu reduzir o grau de autismo da filha de 3, o mais severo, para 1, mais leve. A partir daí, Rayene passou a dividir suas experiências, primeiro nas redes sociais, e agora com o livro.
Ajuda a mães e pais
Rayene conta que, pelas redes sociais, acaba recebendo muitos pedidos de ajuda de professores que não sabem como lidar com autismo em sala de aula. Por isso ela defende a cautela na análise do caso da professora de Vespasiano. "Se a gente não conhecesse o outro lado, talvez a gente julgaria também. Muita gente acha que o professor e professora têm que saber de tudo. É uma visão que as pessoas têm de fora, mas os professores não recebem treinamento para lidar com uma criança especial, com uma criança autista, para lidar com a diversidade", afirma.
O marido dela, Thiago Vinícius, que participou de todo o processo de desenvolvimento da filha e foi um dos incentivadores para que Rayene compartilhasse suas experiências, diz que o caso deve ser analisado como um todo. "O ponto principal não é o fato, é a raiz do problema, que está na qualificação. Foi muito errado o que essa professora fez, mas ela tinha a instrução para tomar a decisão certa? O que fazer com um aluno autista em crise?", questiona Thiago.
Lançamento do livro "O Mundo não vai mudar porque seu filho tem autismo"
Data: 22 de julho (sábado)
Horário: 17h
Onde: Livraria Leitura (Shopping Estação)
Endereço: Av. Cristiano Machado, 11833, Venda Nova, BH
Entrada gratuita
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Entrada gratuita